Governo lançará em junho edital para seleção de projetos de criação de novos telecentros

20/05/2009 - 19h18

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ogoverno federal planeja criar até 3 mil novos telecentros atéo final deste ano e investir na melhoria de boa parte dos jáexistentes. Para isso, reservou cerca de R$ 120 milhões queserão distribuídos entre as propostas que foremselecionadas pelo Projeto Nacional de Apoio aos Telecentros,coordenado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento eGestão e em consulta pública desde o início domês.

“A iniciativa é parte de umconjunto de ações de fortalecimento e qualificaçãodos espaços públicos de acesso à internet”,explicou à AgênciaBrasil o coordenador de Inclusão Digital da Presidênciada República, Cezar Alvarez. Para ele, muito mais que simplesespaços onde a população carente consegue teracesso à internet, os telecentros servem de complementoa outros programas de desenvolvimento regional, de assistênciasocial, de cidadania e de lazer, podendo inclusive servir dequalificação da educação formal e dealfabetização.

SegundoAlvarez, deverão ser criados entre 2 mil e 3 mil novosequipamentos. No entanto, o número de telecentros que serãobeneficiados pela iniciativa só será conhecido durantea seleção dos projetos inscritos. Isso porque os custosde implementação de um desses novos espaçosvaria caso a caso, e só então o governo saberáde quanto dinheiro irá dispor para cada ação.

“Ocusto de cada novo telecentro deverá variar entre R$ 22 mil eR$ 27 mil. No interior do Amazonas, uma conexão por satélitevai custar R$ 300, já [em um local] na beira [saída]de um cabo de fibra ótica, ela pode custar R$ 90. Porenquanto, o que temos é a definição de que umaparte do dinheiro será destinada a melhorar os equipamentos depelo menos mil telecentros antigos”, disse Alvarez..

Osnovos telecentros vão receber dez terminais de computador,servidor de acesso à internet, mobiliário econexão. “Além disso, a novidade é que haveráum monitor, um jovem de baixa renda, morador da própriacomunidade em que o telecentro for criado, que receberáauxílio de até R$ 480 para trabalhar. Auxiliaremos noprocesso de seleção desses jovens e daremosqualificação permanente para eles, mas caberáaos conselhos gestores de cada novo telecentro indicá-los”,acrescentou.

Tambémcabe aos conselhos gestores desenvolver os programas de uso de cadatelecentro. “Não temos retensão de que a forma defuncionamento será ditada daqui de Brasília",disse Alvarez. Ele lembrou que há regras mínimas aserem seguidas, como a gratuidade e o tempo mínimo defuncionamento, mas ressaltou que uma coisa é um telecentronuma favela, outra em um assentamento ou em uma comunidade indígena.

Quantoà qualificação dos telecentros jáexistentes, Alvarez explicou que a prioridade é proporcionar atroca de micros usados por novos e melhorar a conexão dealguns dos cerca de 12 mil espaços cadastrados pelo governofederal e garantir a qualificação das equipes, sepossível, dotando alguns dos antigos espaços demonitores.

Pelocronograma inicial, a consulta pública sobre o projeto segueaté o próximo dia 29. Em junho deve ser lançadoo edital de seleção. As entidades interessadas(governos municipais e estaduais e entidades civis) terãoentre julho e agosto para inscrever seus projetos. Em setembroocorrerá a seleção dos inscritos. Em outubro enovembro os equipamentos serão distribuídos, instaladose conectados à rede. E, em dezembro, os novos telecentrosdeverão estar prontos para funcionar.

“Nãoqueremos atender individualmente, mas sim a entidades que têmprogramas desse tipo. Então, para fazer a primeira proposta, épreciso que sejam no mínimo dez telecentros”, destacouAlvarez. “Assim, cada entidade terá que se articular comoutras. Queremos trabalhar com entidades médias, porque nãotemos capacidade de selecionar e conhecer 2 mil, 3 mil projetos.Queremos pegar 100, 200 propostas que reúnam tudo.”