Fazenda: Brasil pode ter juros de um dígito no final de 2009

20/05/2009 - 19h31

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário de Política Econômica doMinistério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse hoje (20) que a taxa básica de juros poderá cair dos atuais 10,25% ao ano para um nível de9% no final deste ano. “É um valor abaixo do que o mercado financeiro está prevendo”, lembrou Barbosa, após audiência pública da ComissãoEspecial da Câmara dos Deputados que acompanha os impactos da criseeconômica no setor de serviços e emprego.Segundo ele, o mercadointerno e a construção civil (puxada pelo Programa de Aceleração doCrescimento e pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida)serão motores do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1%, de acordo com a previsão divulgada hoje pelo Ministério do Planejamento. Em sua avaliação, a estimativa “embute uma recuperação da economia mundial no segundo semestre, aindacom uma velocidade lenta”.O crescimento de 1% do PIB “é um cenário ambicioso”,mas “factível”, disse Barbosa, acreditando no efeito das medidas adotadas pelo governo e no desempenho da economia. "Parte importante do crescimento será um desafio para o governo”, acrescentou, pois teráque executar investimentos públicos que podem ter impacto 1,2 ponto percentual no crescimento do PIB emais 1,7 ponto percentual como efeito dos investimentos da Petrobras. Além do secretário de Política Econômica, participaramda audiência pública a secretária nacional de Habitação do Ministériodas Cidades, Inês Magalhães, e o presidente da Confederação Geral dosTrabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Neto.  Segundo Inês, o programa Minha Casa, Minha Vida pode gerar 700mil empregos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fará acompanhamento dos empregos gerados em cada canteiro, anunciou.Antônio Neto considerou positivas as medidas adotadas pelo governo durante a crise,inclusive a redução dos juros, mas ponderou que o Brasil tem a terceiramaior taxa do mundo. “Ainda estamos no pódio”, assinalou. O sindicalista defendeu que o governo reduza impostos de setores que contratam muita mão de obra e que passe a cobrartributos não mais sobre a folha de pagamento, mas sobre o faturamento das empresas. Netopropôs a criação de um Imposto sobre a Movimentação Financeira(permanente, não mais provisório como a extinta CPMF) com alíquota de0,5% para financiamento da Previdência Social. “Se a Previdência é umacoisa para todos, então que toda a sociedade pague”, disse.