Fusão de Sadia e Perdigão fortalece nova empresa no mercado internacional

19/05/2009 - 16h31

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Brasil Foods, empresa resultante da fusão da Sadia e Perdigão,em operação anunciada hoje (19), foi criada com objetivode ser uma companhia com força para abrir as portas do mercadoexterno. “O projeto é de uma grande empresa, que tivessemusculatura para competir em nível internacional”, disse opresidente da Sadia, e copresidente da Brasil Foods, LuísFernando Furlan.

Acombinação dos mercados, onde já estãopresentes as duas companhias originais, permitirá que a nova empresacomece suas atividades atuando em 110 países, com a previsãode exportar cerca de 42% da produção.

Osmercados dos Estados Unidos e da China são os próximosalvos da nova empresa, de acordo com o presidente da Perdigão,e também copresidente da Brasil Foods, Nildemar Secches. “NosEstados Unidos, nós vamos fazer um esforço para superar as barreiras protecionistas”, afirmou.

Atualmente,o Oriente Médio é o maior consumidor externo dosprodutos tanto da Sadia como da Perdigão. Os paísesdessa região absorvem as exportações de 26% e 27%das duas empresas, respectivamente. O segundo maior destino éa Europa, com 22% de participação nas vendas externasde ambas companhias.

Emrelação à participação das empresasoriginais na Brasil Foods, ficou acertado um percentual de 32% paraos acionistas da Sadia e de 68% para os controladores da Perdigão.O conselho será formado por representantes de ambas companhiase copresidido por Luís Fernando Furlan e Nildemar Secches.Entre os dois maiores acionistas da Brasil Foods está o fundo de pensão da Caixade Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ)e a família Furlan, com aproximadamente 12% de controleacionário, cada um.

Paracapitalizar a nova empresa será feita uma oferta públicade ações em julho, com o objetivo de captar R$ 4bilhões. Atualmente a nova empresa acumula uma dívidalíquida de R$ 10 bilhões, segundo informaçõesdivulgadas durante o anúncio da fusão. De acordo comNildemar Secches, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES) demonstrou interesse de participar da operação.

A fusão das duas empresas ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).