Juizado especial promove mutirão de conciliação para resolver processos de mutuários da Caixa

18/05/2009 - 20h35

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - No primeiro dia do mutirão de conciliaçãopromovido pelo Juizado Especial Federal de São Paulo parasolucionar casos de 201 mutuários do Sistema Financeiro daHabitação que estão processando a CaixaEconômica Federal, o saldo foi de dez acordos positivos. Foramrealizadas 14 audiências hoje (18).Nas audiências do mutirão, realizadotambém pelas turmas recursais do juizado até a próximasexta-feira (22), os juízes reúnem os mutuáriose os representantes da Caixa. O objetivo é chegar a um acordoe finalizar definitivamente os litígios.Essa foi exatamente a finalidade do técnicode instrumento Edvaldo Souza Cruz ao sair bem cedo hoje (18) domunicípio de Praia Grande, no litoral de São Paulo,para solucionar uma ação judicial em que a Caixa éré. "Estamos processando a Caixa porque pagamosmais da metade do valor do nosso apartamento, mas não foiabatido do valor total", contou. Segundo a juíza Daldice Maria Santana deAlmeida, coordenadora dos mutirões de conciliaçãoda Justiça Federal da 3ª Região, busca-se acabarde vez com o litígio em ações como esta."Estamos buscando um resultado satisfatório para ambas aspartes e reduzir os processos desse tipo de questão. Com umadecisão de qualidade, o processo morre na mesa deconciliação", disse.A supervisora da gerência de Recuperaçãode Crédito da Caixa, Rejane Aparecida de Freitas Thomazelli,afirmou que a orientaçãodo banco é "sempre chegar a um acordo mais benéficoao mutuário". "A Caixa é um bancopúblico com uma orientação para cumprir um papelsocial, que é financiar a moradia das pessoas. Mas precisamosreceber em troca para continuar o nosso trabalho, por isso estamosdispostos a fechar o melhor negócio para o mutuário",ressaltou. Na regional de São Paulo, a Caixa registrou umainadimplência de 1,88% em contratos de habitação, no primeirotrimestre deste ano.O professor de matemática da Universidadede São Paulo (USP), Frank Michel Forger, e a esposa, adentista Suzilei Forger, também foram ao fórum PedroLessa para pedir a revisão dos valores do financiamento de seuimóvel. Depois de refazerem os cálculos, com base nos juros informados pela Caixa, eles alegam que detectaram uma diferença de 70% entre o que o banco cobrava eo resultado encontrado pelo casal. "De acordo com nossos cálculos, jáquitamos nosso imóvel. Mas pelos cálculos da Caixa,faltam seis anos", relatou Frank Forger.Outro casal, que esperava por uma audiênciade conciliação, se disse em situaçãosemelhante. Há quatro anos, o capitão do exércitoreformado Celso Pereira de Oliveira e a esposa Maria TerezaAlvarenga, oficial de justiça aposentada, ajuizaram uma açãoquestionando o saldo devedor de aproximadamente R$ 52 mil, segundoeles, alegado pela Caixa. "Nós achamos que a Caixa cobrajuros ilegais e o índice de correção estáequivocado", disse Celso Oliveira.