Dia de combate à exploração sexual de crianças é lembrado com protesto no Rio de Janeiro

18/05/2009 - 18h19

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi marcado hoje (18), no Rio de Janeiro, com um protesto na escadaria do Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo fluminense, na Cinelândia. Crianças de comunidades carentes, mães de crianças desaparecidas e autoridades públicas participaram da manifestação na tarde de hoje.Com uma camisa exibindo a foto de sua filha, Thaís, raptada em 2002, quando tinha nove anos de idade, Elisabete Martins de Lima, pedia ajuda das autoridades no combate à violência contra crianças. Integrante do movimento Mães do Brasil, que reúne 15 mães de crianças desaparecidas, Elisabete acredita que a filha tenha sido seqüestrada para ser explorada sexualmente, e que ainda está viva.“São dores que a gente junta para poder uma apoiar a outra, porque é um sofrimento de todas nós. Eu não sei se minha filha está viva. Eu acredito que sim, como não encontrei nenhum corpo. Infelizmente, não conseguimos encontrá-la. Precisamos de ajuda das pessoas que possam contribuir e dizer onde ela está”, disse.A presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente, vereadora Liliam Sá, também pediu mais empenho das autoridades no combate à violência sexual, principalmente contra a exploração sexual de crianças e adolescentes e o consumo de crack, droga que, segundo ela, leva crianças e adolescentes a se submeterem a esse tipo de crime.Liliam Sá informou que a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro disponibilizou o telefone 0800-2829996 para que as pessoas denunciem os casos de violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes. “Nós temos que trabalhar muito para divulgar este número, porque as pessoas ficam com medo de denunciar. Sempre esclarecemos para elas que o melhor caminho é a denúncia. Sua identidade será preservada e você pode salvar a vida de uma criança”, disse.Já a defensora Eufrásia Maria Souza, da Coordenadoria de Defesa das Crianças e Adolescentes da Defensoria Pública do Estado, acredita que o combate ao abuso contra crianças pode ser ampliado com a melhoria da infraestrutura da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, da Polícia Civil fluminense, e com a implantação de uma vara especial para julgar os casos de violência.“O que os estudos e pesquisas têm mostrado é que ainda há uma baixa responsabilização do agressor que não corresponde ao grande número de violências praticadas. Há uma grande dificuldade do sistema de Justiça de ainda lidar com essa questão. Ainda há um descrédito em relação ao depoimento da criança”, afirmou.