Crise pode ser oportunidade para que países do Bric se tornem potências globais

18/05/2009 - 21h25

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os paísesemergentes que formam o chamado Bric - grupo formado por Brasil, Rússia,Índia e China - são os que apresentam as maioreschances de se tornarem potências globais. A avaliação foi feita hoje(18), no Rio de Janeiro, pelo ex-ministro do Planejamento JoãoPaulo dos Reis Velloso, ao abrir o21º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), do qualVelloso é superintendente-geral.. “Principalmente, se atuarem [os países do Bric] como grupo, nomeio da crise e no futuro”, disse. Ele lembrouque o Brasil já se mobilizou no passado para transformar acrise externa em oportunidades. Isso ocorreu, de acordo com Reis Velloso, na crise dos anos30, considerada a época da Grande Depressão, e naprimeira crise do petróleo. O ex-ministro disse que a estratégia paratransformar a atual crise externa em oportunidade se baseia naatuação em duas frentes. Uma delas requer açõesimediatas e de superação de obstáculos, que, aomesmo tempo, garantam o crédito interno e externo ao setorprodutivo e preservem a renda e o emprego de setores econômicosessenciais. Segundo ele, é preciso também superar a vulnerabilidadeexterna, conter gastos de custeio nos três poderes, de modo aliberar recursos para os investimentos público e privado. Entre as principaisoportunidades a serem aproveitadas, Reis Velloso citou o pré-sal,visando à criação de um grande complexo industrial; acolocação do Brasil na liderança competitiva desetores intensivos em recursos naturais, com a criaçãode produtos diferenciados; o desenvolvimento de pesquisas e avançosna matriz energética. O carro elétrico poderia ser umdesses avanços, segundo Velloso. O Brasil deveriacontinuar investindo na área de biocombustíveis etambém em tecnologia da informação e comunicação(TIC), desenvolvendo a biotecnologia à base da biodiversidade,em especial na Amazônia, conforme as sugestões do ex-ministro. Na área social,ele destacou a existência de oportunidades importantes, a partir daintegração das favelas às cidades, entre outrasações. Reis Velloso afirmou, porém, que, para tirar proveitodas oportunidades, é necessário utilizar instrumentosda economia do conhecimento, chamada de economia criativa. Issoinclui investimentos em ciência e tecnologia, em bensintangíveis, na engenharia de produtos e processos e nosrecursos humanos qualificados. O ex-ministro enfatizou que a Uniãonão deve se limitar a definir medidas. “É importantea ação de acompanhamento e controle da execuçãopelo Estado”, propôs.