Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A criação por parte do Senado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, além de não ser a melhor solução encontrada, pode prejudicar o acionista minoritário e a própria companhia. Para o economista Adriano Pires, da Universidade Federal do Rio de janeiro, esse é o risco trazido pela decisão dos senadores.“Essa CPI não foi a melhor solução encontrada.Ela vai acabar trazendo custos para a Petrobras e, em particular, paraos acionistas minoritários da empresa, porque dependendo do seudesenrolar acabará ocorrendo quedas no valor de mercado da Petrobras”, afirma Pires.Ele considera a própria direção da Petrobras como responsável pela situação que levou à criação da CPI. Segundo Pires, a empresa foi pouco transparente e muito autoritária nos últimos meses, “principalmente na questão do empréstimo da CaixaEconômica Federal, muito mal explicado, o do Banco do Brasil e, por último, essa questão da gestão contábil da empresa”.Em sua avaliação, a CPI pode discutir, também, modelos de gestão nos quais a empresa fique “um pouco mais blindada” contra ações do Executivo e do próprio Legislativo. “Eu acho que a CPI pode discutir também se órgãos reguladores do setor possuem mecanismos fortes para fiscalizar a Petrobras. Seria uma forma de utilizar a CPI para se obter coisas boas.”