Lula critica senadores que assinaram CPI da Petrobras

17/05/2009 - 16h38

Aziz Filho
Enviado Especial
Riad (Arábia Saudita) - O presidente Lula criticou hoje (17) os senadores que assinaram o requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar possíveis irregularidades na Petrobras. Em entrevista coletiva na Embaixada do Brasil na Arábia Saudita, Lula lamentou a tentativa de envolver a Petrobras em “questões políticas menores” em um momento importante para o crescimento da empresa. “Eu até agora não sei o que está por trás disso.  Possivelmente alguns que assinaram estavam querendo tirar das suas costas todo esse debate que a imprensa está fazendo sobre o Senado. Outros, possivelmente, estejam preocupados com o processo eleitoral de 2010. Eu, francamente, estou preocupado em governar o Brasil e vou me dedicar a isso”, declarou o presidente. No segundo e último dia da visita à Arábia Saudita, Lula participou da assinatura de vários acordos de cooperação, afirmando que as relações do Brasil com os países do Golfo Pérsico entraram em “uma nova era”.Ele disse que a união entre brasileiros e sauditas pode resultar até na construção do maior pólo petroquímico do mundo, citando os investimentos de US$ 10 bilhões no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e os US$ 20 bilhões que os árabes investem em outro pólo. De Riad, Lula segue para a China e, depois, para a Turquia. O presidente contou aos jornalistas que na reunião que teve ontem (16) à noite com o rei Abdullah, no Palácio Real, conversou sobre a paz no Oriente Médio. Lula voltou a defender a criação de um estado palestino e manifestou seu apoio à proposta da Arábia Saudita para um acordo de paz, que envolve o reconhecimento, pelos países da região, dos estados de Israel e da Palestina. Lula disse que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem um papel importante a cumprir, apesar de a responsabilidade sobre um acordo na região não depender apenas de um país, mas das Nações Unidas. Obama, segundo Lula, também deveria atuar pelo fim do bloqueio comercial a Cuba e pela reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na opinião do presidente, só depois dessa reforma, ampliando a composição do conselho, é que devem ser escolhidos os países que passariam a integrá-lo.