Polícia prende nove suspeitos de envolvimento com milícias no Rio de Janeiro

16/05/2009 - 1h46

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Policiais militares e civis prenderam, ontem (15) à noite, nove pessoas, entre elas um sargento da PM e um ex-sargento do Exército, apontadas por terem ligação com grupos milicianos que atuam em Campo Grande, na zona oeste do Rio. De acordo com a polícia, o grupo foi responsável pelo ataque cometido contra o Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) em Sambaetiba, na região metropolitana, em março deste ano, deixando um policial morto e outro ferido.As prisões foram realizadas durante uma operação que contou com 50 agentes. De acordo com a polícia, nenhum dos acusados reagiu. Com o grupo, foram apreendidas oito armas, sendo cinco pistolas, um revólver e duas espingardas, além de dinheiro, munição de diversos calibres e quatro veículos. No interior dos automóveis os policiais encontraram material para instalação de TV a cabo, uma das atividades explorada ilegalmente pelos grupos milicianos na região. De acordo com o subsecretário de Integração Operacional da Secretaria de Segurança do Rio, Roberto Sá, a ação teve “resultado positivo” porque foi um “trabalho de integração das polícias Militar e Civil, que culminou nas prisões em flagrante". O delegado titular da 71ª DP (Itaboraí), para onde o grupo foi levado, Luiz Antônio Ferreira, acredita que haverá mais prisões. "Além dos militares, familiares de integrantes dessa milícia também foram presos. Isto é importante para as investigações, já que eles podem passar informações sobre outros envolvidos que ainda estão foragidos", disse.Ontem à tarde, antes das detenções, o governador do Rio, Sérgio Cabral, afirmou que policiais de qualquer patente, com envolvimento comprovado, que forem identificados na lista de propina encontrada na casa do líder miliciano Ricardo da Cruz Teixeira, o Batman, preso na noite da última quarta-feira (13), serão expulsos da corporação.“Do coronel ao soldado, do delegado de polícia ao agente. Não tem diferenciação hierárquica. Quem estiver na lista, comprovadamente envolvido com isso, paga o pato, paga o preço, responderá criminalmente e responderá sendo expulso da sua corporação”, afirmou na ocasião.