Stephanes acha que próxima safra precisará de menos recursos públicos do que prevê CNA

14/05/2009 - 22h24

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse hoje (14), após receberas propostas da Confederação da Agricultura e Pecuáriado Brasil (CNA) para a safra 2009/2010, que serão necessáriosbem menos recursos do que o volume pedido hoje para manter aprodutividade atual na próxima safra.“As indicaçõesque tenho é de que é provável que, num valorentre R$ 90 e R$ 100 bilhões de financiamento público,vamos ter um plantio cheio e tecnologicamente correto”, afirmouStephanes. Já a senadoraKátia Abreu, presidente da CNA, disse que com menos de R$ 120bilhões em financiamento público o produtor aplicarámenos tecnologia. “Ele deve plantar a mesma área, mas vaiusar menos fertilizantes, menos defensivos, menos mão-de-obrae, portanto, vai comprometer a produtividade e devemos ter umaredução na quantidade de grãos colhida no país”, disse.O ministro falou quenão acredita que faltarão recursos para o plantio e quese houver queda na produção, como houve este ano, serápor questões climáticas. Apesar de Stephanes estarreivindicando, no mínimo, R$ 90 bilhões para o setor, oministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já indicou que aliberação do governo pode ficar um pouco abaixo disso. A CNA estima que serãonecessários R$ 158,5 bilhões para o custeio da próximasafra, dos quais os produtores devem arcar com R$ 41,6 bilhõesem recursos próprios, as tradings devem financiar R$ 10,5bilhões e o restante, pouco mais de R$ 106 bilhões,teria de vir dos bancos públicos. Alémdisso, ainda restariam R$ 15,2 bilhões em investimento, sendoR$ 5 bilhões para as cooperativas, e mais R$ 3,5 bilhõespara comercialização. Também foipedida a redução da taxa de juros cobradas para osetor, que hoje variam entre 6,25% e 9,5%, dependendo do programa dogoverno, para que fiquem entre 4,5% e 7,5 %. “Se a taxa selic [taxade juros básica] caiu nos patamares que caiu, tenho certezaabsoluta que os juros para a agricultura também deverãocair”, afirmou Kátia Abreu. Para tentar resolver umdos principais problemas da agropecuária brasileira, a CNApopôs a criação do fundo de compensaçãode riscos, que reduziria os riscos das operações de créditorural e garantiria a liberação de novos créditos aoprodutor. Apesar de concordar com a necessidade do fundo, o ministroStephanes já adiantou que sua implantação nopróximo plano agrícola e pecuário não épossível.“Ele nãochegará para esta safra, mas é importante que a gentetrate desse assunto no sentido de que a gente possa, numa novapolítica agrícola que está se desenhando para ofuturo, incluir tanto o plano de catástrofe [contra eventosclimáticos] quanto o fundo garantidor”, afirmou o ministro.