Para Temporão, países em desenvolvimento deveriam ter acesso a tecnologias contra a gripe suína

15/05/2009 - 18h44

Da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, destacou aimportância de que seja garantido, aos países em desenvolvimento, o acesso a tecnologiasde combate à gripe suína. “Entramos em uma dimensão das políticas de proteção depatentes, dos direitos de propriedade intelectual de um lado e, do outro, aurgente necessidade de democratizar o acesso aos países mais pobres, aos paísesem desenvolvimento, a essas tecnologias” afirmou hoje (15) o ministro, em entrevista à RádioNacional. Temporão participouda 2ª Reunião de Ministros da Saúde da Comunidade dos Países de LínguaPortuguesa (CPLP). Os ministros firmaram uma declaração conjunta, que defende o acesso a vacinas, medicamentos e novastecnologias de combate à gripe suína, e propõe a articulação de um acordo entreas empresas detentoras das patentes e a Organização Mundial de Saúde (OMS),para a liberação da produção de genéricos em caso de pandemia da doença,segundo o Ministério da Saúde.Temporão destacouque a redução da letalidade da gripe suína no mundo mostra que ela pode sermais fraca do que se pensava. “Observamos no mundo a redução daletalidade, o que levaria a uma suposição de que o vírus seria um pouco maisbrando do que se pensava, embora tenhamos poucas semanas da eclosão dessa doença”.Sobre a gripe suínano Brasil, o ministro afirmou que  “o momento é de serenidade, mas também de alerta, porque nós nãosabemos o que pode vir pela frente”. O Brasil está trabalhando na produção devacinas para a gripe suína, mas ainda não há previsão de resultados. Há oitocasos da doença confirmados no país, segundo o Ministério da Saúde, número quese mantém desde o último dia 10.“Isso mostra que o sistema de vigilância funcionou, detectouos casos que entraram, conseguiu fazer o bloqueio, e agora, nós temos queaguardar o desenvolvimento desse quadro. Os próprios cientistas têm maisdúvidas que certezas com relação ao que vai acontecer”, afirmou Temporão.Sobre a reunião, o ministro destacou a construção de umaagenda comum para ser cumprida em quatro anos, e afirmou que o Brasil já atuaem países africanos, especialmente na prevenção e tratamento de aids etuberculose, e ajudando esses países a organizarem seu sistema de vacinação.Na reunião, tambémfoi acertada a criação de um fundo setorial, o qual, além de contribuições dospaíses-membros, poderá receber financiamento de doadores, como empresasprivadas, organismos internacionais e outros países. Portugal e Brasil doarão200 mil euros cada, segundo o Ministério da Saúde. O documento produzido na 2ª Reunião de Ministros da Saúde da CPLP foisugerido durante a apresentação do ministro José Gomes Temporão e será levado à62ª Assembléia Mundial da Saúde, na próxima segunda-feira (18),em Genebra. A CPLP ocorreu hoje, em Portugal, e teve a participação dos ministrosda saúde de Portugal, do Brasil, deMoçambique, de Angola, de Cabo Verde, da Guiné Bissau, do Timor Leste e de SãoTomé e Príncipe.