Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os bancos centrais doBrasil e de outros países estudam a pertinência da política monetária incluir os imóveis e as ações das bolsas de valores no cálculo dos índices de inflação para prevenir a ocorrência de bolhas de ativos.Foi o que afirmou hoje (15) o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, no encerramento do 11º Seminário Anual de Metas para a Inflação,evento promovido pelo órgão, no Rio de Janeiro.As cotações de ativos imobiliários e de ativos financeiros (ações) nos índices de preços não são levadas em conta na composição da inflação, cujo cálculo está voltado a serviços e produtos que compõem a economia.Segundo Meirelles, uma das discussões refere-se à incorporação do preço dosimóveis nos índices de preços, não deforma direta, mas pelo que isso ocasiona no preços dosaluguéis. Na discussão entre os dirigentes de bancos centrais, de acordo com o relato de Meirelles, há quem defenda que oassunto seja examinado não só do ponto de vista dapolítica monetária, mas conjugado à adoção de medidas prudenciais, que evitem bolhas de especulação, "partindo daconclusão de que a inflação de preços eativos excessiva e a formação de bolhas estãorelacionadas a um excessivo aumento no volume de crédito”.Outra questão em debate, de acordo com ele, são os núcleos deinflação, uma espécie de cálculo que atribui menor peso aos aumentos sazonais na composição do índice inflacionário. A metodologia é usado para que se tenha o real comportamento da inflação e não só fatores pontuais. O debate prosseguirá em junho, na Suíça, e, emagosto, nos Estados Unidos, quando estarão reunidos os dirigentes de bancos centrais que integram o Banco Internacional de Compensações (BIS). Meirelles assegurou que não sequestiona o regime de metas brasileiro, que é considerado umsucesso por todos os países. “O que se questiona sãoaperfeiçoamentos na conjugação das políticasmonetária e prudencial e na definição dasmedidas de inflação para fixação dameta”, enfatizou.