Jucá diz que não pediu recontratação de irmão na Infraero

12/05/2009 - 22h07

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), se defendeu hoje (12) das insinuações de que teria pedido a recontratação do seu irmão,demitido esta semana da Empresa Brasileira de Infra-EstruturaAeroportuária (Infraero). Da tribuna da Casa, Jucá disse que não teveinterferência na contratação do irmão e não pediu ao ministro daDefesa, Nelson Jobim, nem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva areadmissão.“Não pedi a contratação do meu irmão para aInfraero. Ele foi convidado por pessoas de Recife”, afirmou o líder.“Tomei conhecimento da demissão da seguinte forma: me chamaram edisseram que estavam demitindo todos os indicados políticos e issoporque a empresa ia se livrar das indicações políticas”, afirmou.RomeroJucá disse que teve uma conversa com o ministro das RelaçõesInstitucionais , José Múcio Monteiro, para criticar a forma como foramrealizadas as demissões. “Disse ao José Múcio que essa não era forma dedemitir ninguém. Não falei para o meu irmão voltar, não falei para opresidente Lula para o meu irmão votar”, assegurou.O líder do governo falou ainda que em nenhum momento solicitou ao ministro Jobim a readmissão do irmão e o que falou foi sobre a forma como as demissões ocorrera. “Não estoupedindo nada ao ministro Nelson Jobim. Não falei uma linha pedindo avolta do meu irmão. O que falei foi a falta de cortesia e de educaçãoda forma como fizeram. Nós políticos não podemos entender que a classepolítica seja a causa de demissão de ninguém”, disse.Mesmo dizendo não ter divergênciascom Jobim, Juca cobrou do ministro que ele diga publicamente quem está“sujando” a Infraero. “O ministro deveria vir a público e dizer quemestá sujando. Isso leva muita leviandade”, afirmou Jucá.“Queremprivatizar a Infraero, vamos discutir a privatização, que discutamos omodelo de privatização e a realização de concurso. Se alguém [do PMDB]não está agindo com seriedade, o ministro deve dizer”, disse.O líderdo governo defendeu ainda a profissionalização da Agência Nacional deAviação Civil (Anac) e a realização de concursos para preenchimento doscargos. “Todos os cargos forma indicação do ministro Jobim. Precisamoscolocar os pingos nos is”, afirmou Jucá.Ele acrescentou que nãodeseja a saída de Jobim do Ministério da Defesa, mas só até a aprovaçãode uma proposta de emenda à Constituição (PEC), de sua autoria, queobriga que o ministro da Defesa seja um militar das Forças Aramadas. “Ele [Jobim] fica atéaprovação da minha PEC em que o ministro da Defesa deve ser militar.Por enquanto ele fica. Não será por minhas mãos que ele terá desculpa para sair”, disse.