Carlos Minc apóia declaração de bem-estar dos animais

13/05/2009 - 19h59

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assinou hoje (13) uma carta deapoio à Declaração Universal do Bem-Estar Animal (Dubea). O propósitoé pressionar as Nações Unidas para que adotem a declaração e assiminfluenciem os países a criar leis especiais ou melhorar a legislaçãode proteção dos animais e de regulação de atividades produtivas (como apecuária).O ministro afirmou que irá propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o Brasil se torne mais um dos países favoráveis àdeclaração, que está em elaboração desde 2003 quando foi realizada, na capital das Filipinas, aConferência de Manila sobre o Bem-Estar Animal.A intenção de Minc é que Lula assine a carta de apoio no próximo DiaMundial do Meio Ambiente (5 de junho). Deacordo com o ministério, já estão sendo implantadas medidas de proteçãodireta aos animas para compensar o impacto ambiental de projetos como o da obra das duas hidrelétricas do Rio Madeira (RO). Os consórcios construtores se comprometeram a proteger (comcorredores de passagem e cativeiros especiais para reprodução, porexemplo) oito espécies ameaçadas de extinção na região.Além de Carlos Minc, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, já assinou a carta de apoio àmedida. Desde novembro doano passado, está em vigor uma instrução normativa que estabelece procedimentos gerais e recomendações de boas práticas decriação e transporte dos chamados “animais de produção e de interesseeconômico”, como o gado de corte e de leite, os frangos de granja e osporcos para abate.Assim como esses animais, a proposta dedeclaração universal abrange animais selvagens, bichos de estimação,espécies utilizadas em pesquisas científicas, animais de cargas etambém aqueles usados para fins recreativos.“Os animais têm queser criados o mais próximo das condições naturais”, defende AntônioAugusto Silva, diretor da WSPA - sigla em inglês para a SociedadeMundial de Proteção Animal, uma federação internacional de organizaçõesde bem-estar animal com atuação em mais de 150 países e em atividade noBrasil desde 1989. Para a organização, o bem-estar animal é umprincípio ético, tem relação direta com a saúde humana e até favorece aredução da pobreza. Segundo Antônio Augusto, há razõespragmáticas para o país querer a declaração. “O Brasil estar preocupadocom a proteção dos animais não é só um fator de satisfação do públicointernacional, mas também é um fator de comércio”, defende o diretor daWSPA se referindo à venda de carnes bovinas e de frango no mercado internacional.