Recuo no emprego industrial ainda reflete ajustes em função da crise, diz IBGE

12/05/2009 - 12h18

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O recuo no emprego industrial no mês de março, tanto na comparação com fevereiro (-0,6%), como em relação ao mesmo período de 2008 (-5,0%), ainda reflete os ajustes que o setor precisou fazer em função do agravamento da crise financeira internacional, em setembro do ano passado.A leve recuperação observada na produção industrial em março, que apresentou alta de 0,7% na comparação com o resultado de fevereiro, ainda não foi repassada aos níveis de contratações. A avaliação é da economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabella Nunes.O IBGE divulgou hoje (12) dados da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salários (Pimes). “O emprego vem acompanhando o ritmo de atividade na indústria, que, desde outubro do ano passado, teve que fazer ajustes nas suas linhas de produção principalmente diante das incertezas quanto aos investimentos. Em março, observamos uma ligeira recuperação na atividade, mas ainda sem reflexo no emprego, já que existe uma defasagem natural no tempo dessa resposta. O ajuste no mercado de trabalho ainda está mostrando seu lado mais forte neste início de ano, ou seja, ainda estamos num processo de ajuste no mercado de trabalho”, afirmou. A economista destacou ainda que o recuo no emprego industrial não está localizado em nenhuma área geográfica ou setor de atividade, mas foi verificado nos 14 locais pesquisados e em 14 dos 18 ramos investigados.“Esse processo [das demissões superando as contratações] está disseminado entre as áreas geográficas e os setores industriais. O que percebemos apenas é que ele se concentra mais fortemente nas regiões mais industrializadas, como é o caso de São Paulo [com queda de 4,0%], da Região Norte e Centro-Oeste [que apresentou retração de 8,6%] e de Minas Gerais [que recuou 6,2%]”, acrescentou.