Mudança na poupança deve ser divulgada amanhã depois da reunião do Conselho Político

12/05/2009 - 12h29

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - OMinistério da Fazenda espera que as mudanças nacaderneta de poupança sejam divulgadas amanhã (13)ao final da reunião do Conselho Político. A indicaçãoé da assessoria do ministro Guido Mantega. Tudo irádepender da solução de um impasse criado com a propostade reduzir o imposto dos fundos de investimentos para tornar essetipo de aplicação mais atrativo do que a poupançapara os grandes aplicadores.Ao chegar hoje (12) ao ministério, o coordenador das discussões sobre mudança na poupança, Bernard Appy, comentou notícias divulgadas hoje de que haveria impasse no governo provocada pela proposta que ele apresentou de redução do imposto dos fundos. "É besteira isso".Hoje(12) à tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebesindicalistas para discutir a crise e os efeitos das medidas adotadaspelo governo para enfrentar a desaceleração daeconomia. Amanhã, também à tarde, será avez de empresários se reunirem com o ministro.Nasemana passada, a Receita Federal começou areceber as centrais sindicais para discutir o impacto dasdesonerações na renda do trabalhador. O primeiro encontro ocorreu entre a secretária da Receita Federal, LinaVieira, e o presidente da Central Única dos Trabalhadores,Arthur Henrique das Silva Santos, reunião confirmada pelaassessoria do sindicalista e pela Receita Federal.Nodia 18 de abril, a Agência Brasil já havia antecipado ointeresse de Lina Vieira em ouvir também os trabalhadorese não só os empresários. A Receita Federal quersaber como as medidas adotadas pelo governo para enfrentar a criseeconômica que se agravou a partir de setembro passado tiveramimpacto no bolso dos trabalhadores.Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador-geral deEstudos, Previsão e Análise da Secretaria da ReceitaFederal, Marcelo Lettieri, afirmara que a secretária [daReceita, Lina Vieira] sempre quis ouvir todos tanto trabalhadoresquanto empresários.Oencontro com a CUT não foi divulgado à imprensa, emboratenha sido confirmado pela central sindical, que é a maior dopaís, com 3.299 entidades filiadas, 7.116.278 trabalhadoras etrabalhadores associados e 21.092.160 trabalhadoras e trabalhadoresna base segundo informações divulgadas em seu site nainternet.Entreas principais medidas adotadas pelo governo para combater acrise estão o estímulo à construçãocivil, que inclui o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida,com o objetivo de construir 1 milhão de moradias populares; aredução do Imposto sobre Produtos Industrializados(IPI) de veículos pelo segundo trimestre consecutivo e de material de construção, a introdução deduas novas alíquotas do Imposto de Renda (7,5% e 22,5% ) parao contribuinte pessoa física, a redução doImposto sobre Operações Financeiras (IOF) de operaçõesde crédito e mais recurso para os municípios.Depoisdo agravamento da crise financeira internacional, o BancoCentral também liberou depósitos compulsórios, dinheiroque os bancos são obrigados a deixar depositado no BC, paraampliar a liquidez (recursos disponíveis no mercado), alémde ter atuado no mercado de câmbio.OConselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ainda que os bancospoderão oferecer certificados de depósito bancário(CDBs) com garantias especiais aos clientes. Esses CDBs terãogarantia de até R$ 20 milhões por pessoa (jurídicaou física), em cada instituição.