Governador do Piauí defende fundo nacional para agilizar ajuda a estados

12/05/2009 - 14h04

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governador do Piauí, Wellington Dias, defendeu hoje (12) a criação de um fundo nacional de Defesa Civil para destinar recursos à recuperação de estados em situação de calamidade pública de forma mais ágil e com menos burocracia. O Piauí é uma das principais unidades federativas afetadas pelas enchentes provocadas pelas chuvas.Segundo Wellington Dias, a burocracia é o principal entrave para a recuperação das cidades atingidas pelas enchentes. De acordo com ele, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Piauí, no último dia 5, houve liberação de recursos para cobrir prejuízos da enchente do ano passado.“Para fazer uma habitação para uma vítima de enchente é dez vezes mais complicado do que por um convênio ou outro e muito mais ainda do que com recursos do estado. Da enchente ocorrida em 2004, só no ano passado é que consegui concluir as habitações. É impossível o país trabalhar em situações de calamidade pública dessa forma.”, disse o governador, durante  audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.Dias afirmou que 62 municípios piauienses foram atingidos, cerca de 14 mil famílias estão desabrigadas porque tiveram a casa inundada ou destruída e 17 pontes estão total ou parcialmente destruídas. Segundo ele, ainda não é possível calcular o volume de recursos necessário para recuperar as cidades atingidas, pois é preciso esperar as águas baixarem para ter a real dimensão do problema. O vice-governador do Ceará, Francisco José Pinheiro, também fez um relato sobre a situação no estado e estimou que serão necessários cerca de R$ 96 milhões para recuperar os estragos causados pelas enchentes no Ceará. Segundo ele, o setor de fruticultura, que tem grande parte da produção voltada para a exportação, terá prejuízo de cerca de R$ 16 milhões.Pinheiro informou que 72 dos 184 municípios cearenses foram atingidos pelas águas. Há 23 municípios do estado em situação de calamidade pública. No total, os afetados pelas enchentes chegam a quase 236 mil pessoas. A representante do governo do Rio Grande do Norte, Luiza Goes de Oliveira, apresentou estimativas das perdas com as enchentes, que devem ficar em torno de R$ 100 milhões. Segundo ela, o valor é o dobro do prejuízo provocado pelas chuvas no ano passado. “No estado do Rio Grande do Norte dobrou o prejuízo, como será nos próximos anos caso não sejam tomadas providências?”, questionou.De acordo com ela, os produtores de banana devem ter perdas de R$ 20 milhões e os de sal, de R$ 10 milhões. Calcula-se ainda que os prejuízos na produção já resultaram na redução de 30 mil empregos diretos e indiretos. No último dia 5, o presidente Lula esteve no Piauí e no Maranhão para sobrevoar as áreas afetadas. Ontem (11), Lula afirmou que pretende enviar ao Congresso Nacional uma medida provisória que libere dinheiro para a recuperação de estados do Nordeste atingidos pela chuva. Informações dos departamentos de Defesa Civil estaduais apontam que 320 municípios localizados em 11 estados estão sofrendo com o grande volume de água.