Diretor da Famasul defende indenização por “reserva megalomaníaca” e índios empregados

10/05/2009 - 15h01

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os índios Guarani Kaiowá acusam o agronegócio,especialmente o avanço das plantações decana-de-açúcar e a monocultura da soja no sul de MatoGrosso do Sul, como responsáveis hoje em dia pela não demarcação das reservas. “A indústriacanavieira agravou uma situação que já existia”,confirma o procurador Emerson Kalif Siqueira, do MinistérioPúblico Federal em Campo Grande.“Hámanipulação de informação no estado.Criou-se um falso binômio alimentos, sim e demarcação,não. Essa antítese não existe”, disse Marco Antônio Delfino de Almeida, procurador do MPFem Dourados. Segundo ele, o volume de terras reivindicadas para areserva não ultrapassa 0,5% das áreas do estado. “Emhipótese alguma a demarcação vai afetar aprodução. As pessoas não vão passar fomepelo fato de se reconhecer as terras indígenas como reserva”, afirmou.O diretor-secretário da Federação deAgricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), DácioQueiroz da Silva, rechaça qualquer acusação deque o agronegócio possa ser responsabilizadopela não demarcação das reservas indígenas.Ele reclama do tamanho das extensões pretendidas e da falta deindenizações."Oque ocorre são pretensões descabidas de proporçõesdescabidas, de calibre megalomaníaco, onde há terrasmuito férteis de grande valor agregado econômico”,enfatiza o dirigente agrícola. “De maneira nenhuma se podeabrir mão em detrimento de poucos das comunidades quepretendem se instalar e levar ao ócio essas terras e levar aoestado primitivo da condição de caça e pesca”,afirmou.“Nãoexiste nenhuma previsão orçamentária deindenizações. Este é o problema porque nãoavançam as demarcações”, falou. “O queestá impedindo é a falta de proteção doproprietário particular privado sobre a falta de demarcaçõese as megadimensões”, disse. Para Dácio Queiroz, “aforma como se interpreta a legislação traz noseu bojo a nulidade de escrituras das terras privadas onde existe aprojeção de interesse dos índios”.Na opinião do diretor daFamasul, “a qualidade de vida dos índios seria melhor selhes fosse dado alternativa de emancipação, e elespoderem fazer uso de sua liberdade como os demais, principalmente,nas zonas urbanas e nos núcleo rurais, onde há maisempregos”, afirmou.