Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Na véspera do Dia das Mães, a tradição brasileira de deixar tudo para a “última hora” se confirma na compra dos presentes. Apesar das inúmeras promoções anunciadas há pelo menos uma semana, somente hoje (9) houve movimentação intensa nas áreas comerciais da cidade. No centro, os consumidores percorrem as lojas desde as primeiras horas da manhã. Quem foi às compras de carro encontrou dificuldades para estacionar.Mais horas de funcionamento neste sábado, brindes e a última parcela do financiamento paga pela loja são algumas das estratégias adotadas pelos lojistas de Manaus para o Dia das mães deste ano. Nos maiores shopping centers, as vendas parecem estar mais fortes nas lojas de departamento, considerando-se o tamanho das filas.Para o presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas e Roraima, Erivaldo Lopes, esse tipo de loja tende a apresentar uma intensificação maior das vendas em comparação com outros estabelecimentos, por oferecer cartões próprios, sem cobrança de anuidade e com mais facilidades de pagamento, incluindo o número maior de parcelas.Outra opção de compra que tem sido bastante procurada é a linha branca das lojas de eletrodomésticos, tendo em vista a redução dos preços motivada pelos incentivos do governo federal.“As lojas de departamento acabam caindo mesmo na escolha do consumidor porque oferecem mais facilidades para pagamento, preços e opções de presentes mais populares”.Segundo Lopes, a decisão de deixar para comprar os presentes às vésperas das comemorações faz parte de uma cultura nacional aliada ao apelo do comércio. Ele lembrou que as vendas neste ano poderão sofrer impacto negativo da crise financeira, que reduziu o crédito no país e, no caso do Amazonas, gerou demissões no Polo Industrial de Manaus.“Com a crise, observamos que os consumidores estão mais criteriosos antes de gastar. Deixar para a última hora significa que o consumidor pensou em não comprar. Contudo, acabou se deixando levar pelo apelo emocional da data, que envolve, sem dúvida, uma das pessoas mais importantes de qualquer família, que é a mãe”.Em entrevista à Agência Brasil, Lopes lembrou a importância da data para o comércio nacional. Tradicionalmente, a data é a segunda com maior número de vendas, perdendo em importância apenas para o Natal. Segundo ele, o Dia das Mães será importante para reequilibrar o comércio após a queda natural das vendas nos três primeiros meses do ano. Neste ano, em particular, a queda nas vendas também foi consequência da crise financeira internacional.“As vendas no início do ano são tradicionalmente mais fracas. Por isso o Dia das Mães é prioritário para o comércio realizar promoções e resgatar o consumidor”.
