Setor automotivo defende desoneração de exportações para recuperar mercado

08/05/2009 - 14h59

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A desoneração das exportações, bandeira antiga do empresariado brasileiro, foi uma das principais propostas apresentadas hoje (8) por executivos da cadeia da indústria automobilística, incluindo as siderúrgicas, como solução para o Brasil conter a redução dos produtos manufaturados, durante com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, na sede regional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).Tanto o governo quanto os empresários da cadeia automotiva estão preocupados com o atual quadro,  segundo informou Jackson Schneider, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “É uma preocupação natural”, enfatizou o executivo, dizendo que apresentou a Miguel Jorge um demonstrativo contábil sobre a redução do volume exportado no quadrimestre. Segundo ele, em número de unidades a quantidade vendida ao Exterior caiu em praticamente a metade do movimento obtido em igual período do ano passado. Isso equivale a algo em torno de 130 mil unidades abaixo de janeiro a abril de 2008.Para o presidente do Sindicato Nacional de Autopeças (Sindipeças), Paulo Butori, é necessário olhar com cuidado o peso tributário sobre o produto exportado porque em momento de crise “aparece muito mais a falta de competitividade, que está muito associada ao peso dos impostos”. Ele advertiu que muitos países desoneraram os seus produtos para ganhar mais mercado, um caminho que entende ser a saída para conter a queda nos volumes embarcados.Só o setor de autopeças, segundo Butori, enfrentou um um déficit de US$ 580 milhões, no quadrimestre, volume do montante importado a mais do que em igual período de 2008 . “Estamos enfrentando falta de compradores para nossos produtos no mercado externo”. Em todo o ano passado, o setor exportou cerca de US$ 10 bilhões, volume também foi reduzido à metade.Butori alertou observou que isso implica em mais desemprego no Brasil. A expectativa dele é que que o tema seja levado para discussão com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.