Lula diz que Lugo sabe que o Brasil está disposto a chegar a um consenso sobre Itaipu

08/05/2009 - 20h28

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmosem fechar acordo sobre a Hidrelétrica de Itaipu com o Paraguai, opresidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (8) que não háfrustração com o país vizinho. Segundo ele, o presidente paraguaio FernandoLugo está ciente de que o Brasil está disposto a chegar a um consenso.O presidente minimizou o impasse entre os dois países, alegandoque “muitas vezes” os acordos demoram a sair. “Acho que o Lugo saiusatisfeito e ciente de que o Brasil tem boa vontade com o Paraguai”, disse Lula,em Campo Grande (MS), após participar da viagem inaugural do Trem doPantanal.Antesde embarcarem para Mato Grosso do Sul, Lula e Lugo concederamentrevista à imprensa em Brasília na qual disseram que darãocontinuidade às negociações e se encontrarão novamente em julho. Eles se reuniram ontem (7) sem chegar a um entendimento.OParaguai quer aumentar a tarifa paga pelo Brasil pela energia deItaipu, rever a dívida contraída por causa da construção da usina e alivre disponibilidade de vender a energia excedente para o país.Paraatender algumas das demandas, seria preciso mudar o Tratado de Itaipu,de 1973, em que cada país tem direito a 50% da energia produzida. OParaguai usa somente 5% e o restante fica com o Brasil, como determinao tratado, que paga a energia excedente.Emcontrapartida, o Brasil oferece a criação de uma linha de crédito deUS$ 1 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) para obras de infraestrutura no país vizinho e de um fundobinacional para estimular a atividade produtiva.Lulanão antecipou mudanças em relação à poupança, pois não quer especularpara prejudicar terceiros. Ele disse que vai esperar conclusões doministro da Fazenda, Guido Mantega. Lula voltou a garantir que “ospobres não perderão nada nesse país”. No início da semana, Mantega descartouredução do rendimento da poupança, independente das mudanças a serem adotadas.Em ocasiões anteriores, o presidente afirmou que estuda alterações na caderneta para evitar a migração de grandes investidores.Sobrealianças regionais com o PMDB, o presidente afirmou que trabalha parauma aliança nacional com o partido – o maior da base governista noCongresso Nacional – apesar de admitir que enfrentará dificuldades emalguns estados.