Ex-babá diz à Polícia do Senado que assinou documentos para filho de Zoghbi

08/05/2009 - 21h08

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Citada como sóciamajoritária de três empresas, que intermediavamempréstimos consignados de funcionários do Senado juntoa instituições financeiras, Maria Izabel Gomes, 83anos, teve que prestar esclarecimentos à PolíciaLegislativa na tarde de hoje (8). Ela é ex-babádo ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João CarlosZoghbi, suspeito liderar de um esquema milionário deintermediação de empréstimos consignados dentrodo Senado. De acordo com a defesa de Zoghbi e de sua mulher, Denise, Maria Izabel teria afirmado aos policiais que chegou aassinar documentos a pedido do filho de João Carlos, MarceloZoghbi.“Ela mal lê esequer está acompanhando a evolução dessesfatos. Ela disse que assinou em confiança esses documentospara o Marcelo Zoghbi, que é como um neto para ela”, disse oadvogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que a acompanhou nodepoimento tomado na casa do ex-diretor do Senado, uma mansãolocalizada no Lago Sul, bairro com o metro quadrado mais caro deBrasília.De acordo com oadvogado, João Carlos e Denise não sabiam que Marceloteria pedido a Maria Izabel para assinar documentos. A ex-babáaparece como sócia majoritária das empresas DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros e ContactAssessoria de Crédito, que intermediavam operaçõesde crédito consignado com o Senado.Apesar doprocurador-geral da República, Antônio Fernando deSouza, ter designado hoje (8) o procurador Gustavo Pessanha Vellosopara acompanhar o caso, o depoimento da ex-babá nãocontou com a presença do Ministério Público. Foitomado na presença de dois advogados de defesa e de cincopoliciais. De acordo com o advogado de Defesa, Denise Zoghbi estavana casa durante o depoimento da ex-babá, mas nãopermaneceu na sala. O advogado disse que JoãoCarlos Zoghbi também não estava presente ao depoimentoda ex-babá.Além de seracusado de criar empresas de fachada para intermediar empréstimosconsignados, em entrevista concedida à revista Época,Zoghbi e Denise teriam informado um esquema irregular de contrataçõesde empresas terceirizadas liderado pelo ex-diretor-geral AgacielMaia. De acordo com o advogado, no depoimento do casal, prestadoseparadamente à Polícia do Senado, Denise e JoãoCarlos teriam negado ter acusado ex-diretor-geral do Senado deirregularidades.Hoje, a PolíciaLegislativa do Senado ouviu ainda depoimentos de funcionáriosda empresa Contact Assessoria de Crédito, que negaram qualquerrelação com João Carlos Zoghbi. Foram ouvidos asócia-gerente da empresa, Bianca Machado, a funcionáriada administração, Ana Luíza, além de ummotoboy, cujo nome não foi divulgado.O advogado da empresa,Celso Lemos informou que Bianca Machado mostrou provas de que aempresa não é de fachada e deu detalhes de como aparceria entre a empresa e o Senado foi fechada. A PolíciaLegislativa ouviu ainda servidores do Senado, do Prodasen e daGráfica, que eram co-gestores destes contratos de empréstimosconsignados.