BNDES começa a liberar crédito para compensar perdas de arrecadação no Nordeste

08/05/2009 - 1h07

Luana Lourenço
Enviada especial
Natal - Para compensar asperdas de arrecadação dos estados do Nordeste com aredução de receitas causada pela crise econômica,o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES), Luciano Coutinho, vai assinar hoje (8) com osgovernadores da região os primeiros contratos para liberar R$2 bilhões de uma linha emergencial de crédito.“Os contratos jáestão enquadrados no BNDES, precisamos agora recolherassinaturas dos governadores com propostas firmes para o TesouroNacional autorizar o desembolso desses recursos num prazo muitocurto”, afirmou Coutinho ao chegar a 10° Fórum deGovernadores do Nordeste.Os governadores daregião reclamam que os estados perderam arrecadaçãocom a redução de tributos como o Imposto sobre ProdutoIndustrializado (IPI) e que o dinheiro está fazendo falta parafechar as contas estaduais.“Se ainda fornecessário reduzir impostos para animar a economia, que nãose reduza daqueles que são compartilhados com os estados emunicípios, que já deram sua contribuiçãopara reduzir a carga tributária”, argumentou o governador dePernambuco, Eduardo Campos.Os repasses do BNDESpara cada estado variam de R$166 milhões a R$ 375 milhões,de acordo com o tamanho da população. Os empréstimospoderão ser pagos em até oito anos, com um de carência.Segundo Coutinho, o dinheiro deverá sustentar investimentos naregião e garantir inclusive as contrapartidas dos estados nasobras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Coutinho disse aosgovernadores que, com a crise financeira, os investimentos emempreendimentos voltados para a exportação devem sersubstituídos por projetos de infraestrutura e integração,menos vulneráveis às oscilações dedemanda do mercado internacional.Na avaliaçãodo presidente do BNDES, a crise financeira internacional já“chegou ao fundo do poço” e o Brasil já estáem um processo de “reaceleração”. Para Coutinho,nos próximos meses a economia do país deve sereaproximar da meta de crescimento de 4% ao ano.“Ainda vamosenfrentar meses difíceis, mas a economia brasileira temcapacidade de se descolar da crise. Os mercados já entenderamque passamos incólumes pelo teste”.