Massa salarial na indústria tem primeira queda desde janeiro de 2007

07/05/2009 - 19h21

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A massa salarial na indústriacresceu 0,3% no mês de março, em relação afevereiro deste ano. Mas recuou 1,8% na comparação commarço de 2008, de acordo com os Indicadores Industriais divulgados hoje (7) pelaConfederação Nacional da Indústria (CNI).Foia primeira queda da massa salarial na indústria desde janeirode 2007, quando a CNI iniciou a comparação anual,conforme afirmou o economista-chefe da CNI, Flávio CasteloBranco. Segundo ele, o emprego industrial caiu 0,7% em março, ante fevereiro, na quinta queda consecutiva, “oque mostra perda de fôlego da atividade industrial”. Nacomparação trimestral, o nível de empregosrecuou 2,6% de janeiro a março, em relação aoquarto trimestre de 2008, e foi de menos 1,4% ante o primeirotrimestre do ano passado. A incidência foi maior agora porque“a atividade recuou fortemente de novembro de 2008 a janeiro desteano”, segundo Castelo Branco.A pesquisa mensal da CNImostra também que o número de horas trabalhadas foi0,2% menor em março, em relação a fevereiro, esobe para 6,6% na comparação com março do anopassado. No trimestre, a queda de horas trabalhadas chegou a 5,6%,comparado ao período de outubro a dezembro de 2008.Essaretração foi registrada em 15 dos 19 setores daindústria, com destaque para produtos de madeira (-28%),máquinas e equipamentos (-18,5%), veículos automotores(-15,7%), couros e calçados (-11,2%) e metalurgia básica(-11,1%). Com isso a queda do emprego se disseminou em 13 setores daindústria de transformação, com reduçãode 2,5% das vagas de trabalho, comparado a março de 2008.Oeconomista da CNI ressaltou que “existem sinais de recuperaçãona atividade industrial”, uma vez que o faturamento da indústriacresceu 2,9% em março, ante fevereiro, no segundo aumentomensal consecutivo, e porque a utilização da capacidadeinstalada (UCI) do parque fabril nacional subiu de 78,2% para 78,7%na relação março-fevereiro.Ele afirmou,porém, que “a reação ainda não ésuficiente para mostrar tendência de recuperação.O que se pode dizer é que a economia deixou de piorar, mas osdados em geral ainda não estão sincronizados”. Hajavisto que o crescimento do faturamento e da UCI não éacompanhado pelas variáveis de horas trabalhadas e emprego,acrescentou.