Jobim afirma que não há espaço para recuo na decisão do governo de profissionalizar a Infraero

07/05/2009 - 20h52

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantiu hoje (7) que não há espaço dentro do governo para recuo na decisão de profissionalizar a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaria (Infraero). As declarações do ministro da Defesa foram dadas noClube Militar, no centro do Rio, onde fez palestra sobre a novapolítica sobre a “Estratégia Nacional de Defesa”, em fase deimplantação pelo governo federal.Na avaliação do ministro Jobim, a empresa passa por um processo de modernização objetivando torná-la mais ágil para responder às necessidades internacionais, que foram impostas pelo desenvolvimento do tráfego aéreo.“A infraestrutura aérea do Brasil precisava responder a todo este avanço (do tráfego aéreo) e, para isto, precisamos tornar a empresa competitiva. Não há espaço para o recuo na profissionalização da Infraero. É uma regra”, afirmou.Jobim garantiu não ter recebido pedidos do PMDB, para rever demissões, ou reverter o curso do processo de reestruturação da Infraero. “Eu não recebi queixas do PMDB especificamente, mas manifestação de alguns integrantes do partido. Agora, o problema é que nós estamos caminhando para a profissionalização da Infraero e o programa está sendo mantido.A mim não houve pedido para que demissões fossem revogadas. A mim não foi pedido coisa alguma, houve manifestações e eu demonstrei ao presidente que as decisões foram tomadas considerando o estatuto da empresa, e ele disse: ta bom”.Na avaliação do ministro da Defesa, o problema envolvendo membros do PMDB e as decisões sobre a Infraero não podem ser tratadas como uma crise, porque o que existe “é o compromisso do Ministério da Defesa com a profissionalização completa do sistema de defesa do país e que passa, inclusive, pela Infraero”.Sobre a possibilidade de que a proximidade com as eleições de 2010 e a possibilidade de composição com o partido estejam levando o PMDB a aumentar a pressão sobre o governo por cargos, Jobim disse não acreditar nela.“Não creio que haja pressão do PMDB em função da necessidade de alianças para 2010, porque 2010 é 2010. É uma situação que vai ter que passar muito pelas questões regionais, porque o PMDB é um partido, e eu venho repetindo isto deste que eu o operava na década de 1980, que tem uma grande capilaridade regional e pouca capilaridade nacional. Então as decisões para 2010 vão passar muito mais pela situação regional”, disse Jobim.Sobre a resistência de alguns setores das Forças Armadas, que não estariam aceitando a subordinação ao Ministério da Defesa, Nelson Jobim disse que isto “é uma questão constitucional já superada em 1988 e, posteriormente, mais claramente, com a edição da Lei Complementar 1997, quando foi instituído o Ministério da Defesa”.