SBP lança campanha em apoio a projeto que objetiva aumentar vagas em creches

05/05/2009 - 22h22

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Com objetivo de aumentar o número de vagasnas creches e pré-escolas, que atualmente atendem a apenas 17%das crianças entre zero a três anos de idade no país,a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou hoje (5) acampanha Educação Infantil e Cidadania, em apoio aoProjeto de Lei 698, que tramita no Senado, criando o ProgramaNacional de Educação Infantil. O projeto está sendo conduzido pelasenadora Patrícia Saboya (PDT-CE) e começou a tramitarnas comissões do Senado, seguindo depois para a Câmara.A iniciativa prevê a expansão da rede de creches epré-escolas gratuitas para a população de baixarenda, utilizando recursos do FGTS e do Fundo da EducaçãoBásica (Fundeb).“As mulheres precisam trabalhar, mas encontramsempre o mesmo problema: a falta de creches no Brasil. O pequenoacesso da população a esse serviço preocupa. Écomprovado que o cérebro da criança se desenvolve atéos seis anos e os primeiros anos de vida são fundamentais parao desenvolvimento intelectual, físico e emocional”, afirmoua senadora.Para o presidente da SBP, Dioclécio CamposJr., garantir creche para as crianças pobres é umamedida de justiça social e a garantia de que o país vaiobter condições de competitividade futura com outrasnações. Segundo ele, a educação formal jácomeça nos primeiros anos de vida, capacitando a criançapara os próximos desafios.“A campanha visa mobilizar a sociedade paradiscutir a educação infantil, que é umaprioridade da agenda do país. Os seis primeiros anos sãoinsubstituíveis. Ou a criança cresce e se desenvolveadequadamente nesse período, ou perdeu a chance. Depois vaiser muito inferior em relação às possibilidadesque teria se tivesse acesso a esse investimento”, disse.Segundo ele, o conceito de creche não podeser entendido como depósito de crianças, mas um espaçode qualidade para acolher as crianças na faixa de 0 a 6 anos.Na creche, elas terão apoio de saúde e garantia dascondições a que têm direito, como estimulaçãoadequada para evoluir em desenvolvimento mental, sensibilidade eparticipação artística.“O grande objetivo é que elas possam seprojetar futuramente como cidadãos plenos”, resumiu CamposJr, para quem esse é um fator que passa a diferenciar ospaíses desenvolvidos dos atrasados. “O acesso àpré-escola é total nesses países, quedescobriram há muito tempo a prioridade da primeira infância,ao contrário do Brasil, que está muito atrasado emrelação à educação infantil”,afirmou.