Stephanes prevê crescimento na colheita de grãos

05/05/2009 - 16h27

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, fez hoje (5), em São Paulo, uma projeção otimista sobre o desenvolvimento da produção agrícola, estimando um crescimento entre 3% a 4% na colheita de grãos da safra 2009/10. Ele observou, porém, que essa estimativa poderá ser alcançada, desde que não haja interferências por motivos climáticos.Os últimos levantamentos divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam a previsão de 137,57 milhões de toneladas de grãos para a atual colheita, um pouco abaixo do recorde obtido na safra anterior (144,13 milhões de toneladas).De acordo com Stephanes, no começo deste ano o governo federal trabalhava com cenário ruim em relação aos efeitos da crise financeira internacional sobre a agricultura brasileira. “Mas os sinais foram se modificando e não bateram com a força que estávamos imaginando”, destacou ele, informando que já há sinalizações de recuperação.A questão crucial, no entanto, para o desenvolvimento da produção agrícola que é o acesso ao crédito, ainda é um empecilho, conforme admitiu Stephanes. Ele explicou que existem embaraços operacionais, por exemplo, que têm dificultado a liberação dos R$ 10 bilhões, aprovados no mês passado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o setor da agroindústria, voltados para frigoríficos, usinas processadoras de cana-de-açúcar, entre outros segmentos.A definição das linhas de crédito rural para o financiamento da próxima safra deve ser anunciada em meados de junho, segundo previu o ministro. Ele deu essas informações logo após participar do encontro Perspectivas Para o Agribusiness em 2009 e 2010, realizado na sede da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, em promoção conjunta do ministério e Bolsa Mercantil e de Futuros/Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F/Bovespa).No pronunciamento que fez no encontro, o ministro voltou a defender a necessidade de aprimoramento da legislação ambiental e o investimento na produção de fertilizantes. Neste caso,o objetivo é reduzir a alta dependência que o país ainda tem da oferta externa. Ele previu que, dentro de cerca de oito anos, o Brasil poderá conquistar a autosuficiência na produção de fertilizantes.Trata-se de uma questão estratégica importante”, destacou Stephanes, referindo-se à necessidade de redução dos custos de produção. Só a demanda interna por potássio, por exemplo, leva à importação de mais de 90% do que é usado.