Seminário debate alternativas para agricultores que cultivam tabaco no Brasil

05/05/2009 - 11h07

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A expectativa que oconsumo de fumo caia em todo o mundo nos próximos anos e que oBrasil, maior exportador mundial, encontre dificuldades para escoar aprodução é um dos assuntos em debate noseminário Diversificação na AgriculturaFamiliar. O encontro reúneaté amanhã (6) agricultores familiares dos trêsestados da Região Sul, em Curitiba. Segundo o secretárionacional da Agricultura Familiar do Ministério doDesenvolvimento Agrário (MDA), Adoniram Sanches Peraci,existem no país mais de 200 mil famílias que vivemdessa atividade. Estima-se que existam cerca de 160 mil famíliasfumicultoras só na Região Sul, distribuídas em700 municípios.De acordo com osecretário, o que precisa ser enfatizado é que nãoé proibido produzir tabaco e que não há nenhumconstrangimento legal para exportar, mas que o Brasil é um dos146 países signatários da Convenção-Quadropara o Controle do Tabaco, coordenada pela Organização Mundial da Saúde(OMS), que faz a adoção gradativa de restriçõesao fumo. Com esse cenário, irreversível, a preocupaçãoagora é conscientizar os produtores, a maioria de agricultoresfamiliares, sobre a necessidade de buscar a reconversão paraoutras lavouras. “Desde 1985, o consumo de tabaco entre apopulação adulta brasileira caiu de 35% para 14%.”Peraci ressalta queseminários como esse abrem o processo de discussão,pois o que o governo pretende é buscar alternativas aotabaco de forma gradativa. A Secretaria da Agricultura Familiar, doMinistério do Desenvolvimento Agrário, por meio doDepartamento de Assistência Técnica e ExtensãoRural coordena, desde 2005, o Programa de Diversificaçãoem Áreas Cultivadas com Tabaco. Além disso, oagricultor está sendo esclarecido também neste encontrosobre o direito de acessar linhas de crédito do ProgramaNacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).“Estamos com 56projetos inscritos, de biodiesel, sistemas florestais, pecuáriade leite, entre outros. A diversificação, combinada comas políticas públicas dos governos federal e estadualpode ser até mais vantajosa que plantar fumo”, afirmouSanches.O Paraná éo terceiro maior produtor de fumo do país, com cerca de 35 milagricultores na atividade, o que justifica, segundo o secretáriode Agricultura e Abastecimento,Valter Bianchini, a preocupaçãodo estado em buscar alternativas de diversificação naslavouras. Bianchini enfatiza que a produção de fumo éde alto risco à saúde, não só para a doprodutor, mas também do consumidor. “Estamos mostrandonesse seminário as experiências já colocadas emprática com as alternativas para o setor, seja nafruticultura, pecuária de leite, avicultura, entre outros, quepodem dar maior e melhor sustentabilidade ao agricultor.”