Redução do spread bancário não ocorre na velocidade desejada, diz presidente da Andima

05/05/2009 - 17h18

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O novo presidente daAssociação Nacional das Instituições doMercado Financeiro (Andima), Sérgio Cutolo, disse hoje (5) queas instituições do setor têm alongado os prazosdos empréstimos e reduzido as taxas de juros, acompanhando osbancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa EconômicaFederal.Ele ressaltou, no entanto, que a reduçãodo spread bancário não vem ocorrendo emvelocidade razoável. “E o governo está usando osbancos públicos para tentar reduzi-lo ainda mais”. O spreadbancário é a diferença entre o custo decaptação de recursos para os bancos e o que eles cobramdo tomador final nas operações de empréstimo.Segundo Cutolo, diante da crise internacional, o setorfinanceiro precisa cuidar de sua solvência. “Porque, se temalgum problema de solvência, é a sociedade, é ocontribuinte que acaba pagando. Então, todo cuidado épouco”. O spread sofre impacto da carga tributária edo custo de captação no Brasil, com destaque para apoupança, que tem uma taxa de juros embutida, observou Cutolo,em entrevista à Agência Brasil. Ele disse que a questão mais críticaé a da inadimplência, que tem crescido, mas está"sob controle relativo", o que considera "importantíssimopara manter a solvência do sistema financeiro, fator essencialpara o funcionamento da economia”. Na opinião deCutolo, um país não tem taxa de crescimento razoável,se não dispõe de um sistema financeiro saudável.No caso do Brasil, ele disse que, apesar de suas condiçõeseconômicas serem diferentes das do resto do mundo, o paíssó deve começar a mostrar sinais de recuperaçãoda crise nos últimos meses deste ano. Cutolo lembrouque o Brasil passou por um ajuste financeiro quando foi implantado oreal, e que esse ajuste está ocorrendo agora no mundo. “OBrasil viveu alguma coisa numa proporção menor, massemelhante ao que está acontecendo no resto do mundo”. Eleinformou que, antes do Plano Real, 910 instituiçõesparticipavam do sistema financeiro nacional e que hoje elas sãocerca de 400. “Foi um ajuste de quase 60%”, afirmou Cutolo, queconsidera saneado o sistema financeiro brasileiro. O novopresidente da Andima disse que existe um problema de liquidez“localizado”, mas ressaltou que o Banco Central tem tomadomedidas para prover liquidez ao mercado, “o que é saudável”.Para ele, a situação existente no Brasil édiferente da dos demais países, o que dá umaperspectiva econômica favorável ao país.Ex-ministro da Previdência Social e ex-presidente daCaixa Econômica Federal, Sérgio Cutolo foi empossadoontem (4) na presidência da Andima para o biênio2009/2011.