Maioria das indústrias paulistas deixaria de honrar primeiro o pagamento de impostos

05/05/2009 - 1h37

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em tempo de crise, a maioria das indústrias do estado de São Paulo deixaria de honrar, primeiro, o pagamento de impostos para se manter no mercado. A afirmação é do diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e vice-presidente do Conselho Superior de Economia, Paulo Francini, que participa hoje (5) de audiência pública na comissão do Senado que discute a crise financeira.Representando o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, Francini disse que numa situação de escolha sobre qual seria a primeira opção dos empresários para deixar de honrar compromissos, 52% afirmaram que prefererem ficar inadimplentes com o governo, deixando de pagar impostos. De acordo com a pesquisa Rumos, da Fiesp, apenas 21% optariam por ficar  inadimplentes com os bancos e 27% com fornecedores."Muito dessa inadimplência se deve à queda da oferta de crédito. A consequência disso é justamente a alta do spread", disse Francini. Segundo ele, em setembro de 2008 a inadimplência de pessoas jurídicas estava em 1,6% e em março de 2009 esse número subiu para 2,6%. "Isso representa um aumento de 63%", argumenta.Realizada em 147 empresas paulistas de diversos setores, a pesquisa apresentada pela Fiesp mostra que 88% delas têm dificuldades para pagar suas dívidas e que 10% já deixaram de pagar dívidas contraídas com bancos. O representante da Fiesp destaca que apesar das dificuldades, 49% das empresas têm pagado no prazo essas dívidas.