Formação de professores será entrave para implantação do novo modelo de ensino médio

05/05/2009 - 20h14

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A principal dificuldadeque os estados vão enfrentar na reforma curricular do ensinomédio, proposta pelo Ministério da Educação,será a falta de professores preparados para atender o novomodelo, avalia a presidente do Conselho Nacional deSecretários de Educação (Consed), MariaAuxiliadora Seabra. “A proposta éinteressante em algumas medidas. O ensino médio passa por umacrise de identidade, hoje, com um amontoado de disciplinas”, afirma.A presidente do Consed, alerta  para o fato de que, muitas vezes. o professor não está ainda preparadonem para atender ao atual modelo. Ela acredita que seránecessário um grande esforço dasuniversidades para atender a formação dos profissionais de ensino em grandes áreas do conhecimento.“O professor formadoem biologia às vezes não domina nem todo aqueleconteúdo, como poderá dar aulas de outras áreas?Precisamos de um esforço conjunto porque as universidadesainda resistem muito a esse modelo mais amplo de formação”,disse. O Consed vai montar umgrupo de trabalho para debater o projeto apresentado pelo MEC. Um dospontos que precisa de maior discussão, segundoAuxiliadora, é o repasse de verbas do ministérios paraapoiar os projetos em cada estado. A princípio, o ministériogarantiu verba extra para as 100 escolas que tiveram as piores notasno Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Essa questãoprecisa ser dimensionada. Para a gente avaliar a eficáciadesse novo modelo, ele teria que funcionar tanto em boas escolas, comoem escolas com problemas”, afirmou.O Conselho Nacional deEducação (CNE) vai realizar audiências públicaspara discutir o novo modelo de ensino médio. O processo deveser concluído até julho. Depois dessa etapa, oministério começará as negociaçõescom os estados.