Aumento nas vendas da indústria fluminense revela tendência de recuperação

05/05/2009 - 20h23

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As vendas reais da indústriafluminense cresceram 15,6% em março, depois de quatro quedasconsecutivas, mas não conseguiram reverter as perdas. Feito oajuste sazonal, o aumento das vendas foi de 1,5%. Na comparaçãocom março de 2008, houve queda de 20,5%. No acumulado doprimeiro trimestre em relação ao mesmo períododo ano passado, a retração foi de 19,6%.

O chefe da Divisãode Estudos Econômicos da Federação das Indústriasdo Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Patrick Carvalho, disse hoje(5) à Agência Brasil que o processo derecuperação é lento. E destacou que o maisimportante é que “a tendência de recuperaçãose manteve”.

As vendas estãosendo motivadas por medidas pontuais do governo, como a reduçãodo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveise, mais recentemente, de eletrodomésticos. “De qualquerforma, a gente percebe que existem diversos sinais de alento, derecuperação realmente da economia já para ospróximos meses. A tendência é essa”, afirmou.

O economista observou,porém, que infelizmente, ainda não se pode assegurarque o pior já passou. “O que a gente pode é garantirque existem sinais robustos de que há uma tendência derecuperação em curso”. O movimento estáatrelado, contudo, à continuidade da trajetória deredução da taxa básica de juros (Selic).

Carvalho explicou queem momentos de aperto na demanda, uma redução na taxade juros ajuda no processo de concessão de crédito e nadilatação do consumo. Sugeriu que, além dapolítica monetária, o governo poderia adotar umapolítica fiscal mais austera, no sentido de investir mais egastar menos com pessoal. “Teria um impacto muito maior na demandaagregada”, disse. De acordo com a pesquisa IndicadoresIndustriais, divulgada pela Firjan, o emprego industrial apresentoudesempenho positivo em março, com alta de 0,2% sobrefevereiro, depois de três meses consecutivos de retração.Em relação a março de 2008, o aumento do pessoalocupado na indústria atingiu 0,8%. No primeiro trimestre de2009 sobre igual período do ano passado, a expansão doemprego foi de 1,3%.“Como as vendas e a produçãoestão crescendo na margem, isto é, em relaçãoao mês imediatamente anterior, o emprego vem a reboque. Ouseja, onde há mais produção, há maiscontratação”, afirmou Carvalho.