Defensoria Pública vai interromper atendimento no Rio por uma semana, diz associação

04/05/2009 - 19h55

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os serviços da Defensoria Pública do Rio de Janeiro vão ficar interrompidos por uma semana, a partir do próximo dia 15. O motivo é a ordem de transferência determinada pelo Tribunal de Justiça (TJ), que requisitou os dois locais onde os defensores trabalhavam, no Centro. A Defensoria Pública atende, diariamente, cerca de 700 pessoas.Além do prédio situado no Beco da Música, que atendia a maior parte dos casos, em primeira instância, a Defensoria também teve que desocupar hoje (4), às pressas, as salas no quinto andar da sede histórica do TJ, na Rua Dom Manuel, onde funcionava o 2o Grau Cível.A Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (Adperj) classificou a decisão do TJ como “despejo”, porque a ordem foi comunicada na última quarta-feira (29), para ser cumprida até amanhã (5). A presidente da Adperj, Sara Quimas, teme que os maiores prejudicados com as repentinas mudanças sejam justamente as pessoas mais pobres, que têm na Defensoria a única forma de atendimento gratuito e que ficarão desorientadas quanto aos novos endereços.“Essas exigências de desocupação em um prazo tão pequeno acarreta, de imediato, uma interrupção do serviço prestado à população carente. E traz prejuízo porque a população vai procurar os defensores públicos nos locais onde rotineiramente encontrava, mas não terá tempo de ser avisada de que o paradeiro agora é outro”, criticou Sara. Ela lamentou a saída do prédio, ocupado desde 2004, que havia sido adaptado para receber as pessoas com conforto, oferecendo sala de espera com cadeiras, lanchonete e televisão.Segundo ela, por causa das mudanças, o atendimento à população em primeira instância só vai ser retomado a partir do dia 21, em dois novos endereços. Os imóveis ficam na região do Castelo, também no Centro, porém mais distantes do Fórum: Avenida Marechal Câmara, 271, e Avenida Almirante Barroso, 90. Já o serviço de segunda instância, vai ser transferido para a Rua México, 11, e deve começar a funcionar na próxima semana.Para a defensora pública, a divisão do atendimento em vários locais vai dificultar o trabalho. “O que eu percebo é uma acentuada insensibilidade com o serviço prestado pela Defensoria Pública. Ao mexer com os defensores, são prejudicadas pessoas carentes que têm dificuldade e poucos recursos para pagar uma passagem de ônibus”, criticou Sara.A assessoria de comunicação do TJ negou que a Defensoria Pública tenha sido despejada e explicou que todo o prédio histórico onde funcionava parte dos serviços será esvaziado, a partir da próxima semana, para que o imóvel passe por um processo de restauração. No lugar do prédio do Beco da Música, onde estava a primeira instância, será erguido um novo edifício para ampliação dos serviços do TJ à população. Futuramente, os serviços da Defensoria serão transferidos para o prédio do Edifício Garagem Menezes Cortes.