Taxa de desemprego pode atingir 11% em 2009, prevê economista

03/05/2009 - 11h36

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O númerode trabalhadores desempregados deve aumentar até o final doano e superar os dois dígitos percentuais. O movimento tambémserá acompanhado da redução da renda dostrabalhadores. A previsão é do professor JoséMárcio Camargo, da PUC – Rio, e economista da consultora OpusGestão de Recursos.

Camargo projeta que o desempregosubirá por causa da crise. “Os sintomas sãoefetivamente que a taxa de desemprego deve aumentar ao longo dospróximos meses. A minha avaliação é que ataxa de desemprego deve atingir a 11% da força de trabalho.” Segundo o economista, existe um “aumento persistente” da taxa dedesemprego que já esteve em 7,6% em dezembro de 2008 e chegoua 9% em março.

Segundo ele, a desaceleração da economia e da geraçãode empregos começou a ser notada entre setembro e outubro doano passado quando os registros do Ministério do Trabalho(Cadastro Geral de Emprego e Desemprego - Caged) já indicavama baixa do saldo positivo de vagas criadas (de 250 mil para 40 milentre os dois meses).

Até agora, o saldo dedesemprego teve o pior momento em dezembro, quando o balançodo Caged cravou o saldo negativo de 654 mil postos de trabalho.“Todos os sintomas são de que estão sendo gerados poucos postos de trabalho no Brasil mesmo nesse início deano”, complementa ,ao dizer que os balanços do Caged defevereiro e março não recuperaram as perdas do final doano passado.

Omundo inteiro está em recessão, é pouco provávelque o Brasil consiga sair desse processo”, diz o economista queacrescenta que outra face da crise econômica é a perdada renda. Camargo lembra que o salário real pago pelaindústria em São Paulo caiu 10 pontos de porcentagemnos últimos seis meses. “Está se começandohaver uma tendência de queda dos salários reais naeconomia brasileira como forma de não aumentar ainda mais odesemprego”, afirma.