Sindicalistas criticam e ministro do Trabalho diz que taxas de juros continuam altas

01/05/2009 - 15h10

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou hoje (1) que o governo está tomando as medidas necessárias para reduzir as taxas de juros, que foram muito criticadas por representantes da Força Sindical durante a festa do 1º de Maio, realizada na zona norte da capital paulista. Para Lupi, embora o Comitêde Política Monetária (Copom) tenha reduzido as taxas de juros nas últimastrês reuniões, elas ainda são altas no Brasil e, porisso, a reivindicação das centrais sindicais é justa. "Mas o Brasil temque buscar sempre o bom senso e o equilíbrio para as taxas de juros nãocaírem de maneira tão abrupta que prejudiquem outros setores da economianacional", disse o ministro. Ele disse acreditar que as taxas de juros chegarão, aospoucos, a níveis mais aceitáveis.O ministro, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento promovido pela Força Sindical para comemorar o Dia do Trabalho, disse que o brasileiro deve ter féno país, apesar da crise econômica global. Segundo ele, o Brasilestá superando a crise e já há registros de crescimento da geração deempregos desde fevereiro. "Vamos ter mais ainda em abril. "Já estamos vendo setores da economia nacional respondendo. Então, temos de ser otimistas. Minha mensagem é acreditarno país, na nossa força de trabalho. O Brasil tem condições muitoespeciais para ser o primeiro a sair da crise", afirmou.Questionado sobre a queda do número de postos de trabalho naindústria, Lupi respondeu que são apenas alguns setores que aindaestão sofrendo em decorrência da crise e que dados cadastrais dogoverno, baseados nas informações das próprias empresas, confirmam essaafirmação. "O dado que temos é real, não é pesquisa. Temos uma baseforte para fazer qualquer avaliação sobre a economia."Lupi disse que o governo está tomando também medidas para que ostrabalhadores dos setores produtivos de carne bovina e frango não sejamdemitidos. "Uma das medidas foi a liberação de R$ 10 milhões para oagronegócio, além de recursos do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES). Estamos agindo sempre, e a contrapartida éa garantia do emprego, que, para nós, é fundamental". Segundo o ministro, mesmocom a média de 650 mil demitidos em dezembro, no ano passado, foram criados quase 1,5 milhão de empregos.Sobre as mudanças em estudo para a caderneta de poupança, o ministro disse que o trabalhador não deve temer as alterações, porque esse é um investimento seguro: "O governo brasileiro tem a responsabilidade de não alterar nada quetraga prejuízo à população. Jamais o presidente Lula fará nada paraprejudicar o pequeno e médio poupador."