Ouvidor visita área de conflito de terra no Paraná para apurar denúncia de milícia na região

30/04/2009 - 23h23

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Oouvidor agrário do Instituto Nacional deColonização e Reforma Agrária(Incra) , ViníciusGessolo de Oliveira, acompanhou hoje (30), o deputado estadual doPartido dos Trabalhadores (PT), Tadeu Veneri, em uma visita aoacampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) naFazenda Variante, em Porecatu, norte do Paraná, para apurardenúncias de milícias armadas na região. De acordocom lideranças do MST, há um mês homens armadosateiam fogo na plantação de cana-de-açúcarda fazenda e depois registram o crime na delegacia do municípiocomo se o incêndio tivesse sido provocado pelos trabalhadoresrurais. Eles acusam o mesmo grupo de ter incendiado uma áreade reserva da fazenda, afirmam que estão preocupados e pedemproteção para suas famílias.

Oouvidor disse à AgênciaBrasil que jáouviu os representantes do MinistérioPúblico, do Poder Judiciário, da Polícia Civil edo município sobre a denúncia, inclusive a de que ostrabalhadores foram intimidados ao tentar registrar uma queixa nadelegacia local. Oliveira afirmou que o Incra vai avaliar a situaçãoe deve divulgar sua posição na próximasegunda-feira (4).

AFazenda Variante foi ocupada por cerca de 2 mil trabalhadores do MST,em novembro do ano passado. Em agosto, uma açãoconjunta do Grupo Especial de Fiscalização Móveldo Ministério do Trabalho e Emprego, o MinistérioPúblico do Trabalho(MPT) e da Polícia Federal, embargouuma frente de trabalho da fazenda após encontrar no local 17trabalhadores em situação análoga a de trabalhoescravo. A área de 1.362 hectares era utilizada no plantio decana-de-açúcar para abastecer a Usina Central dePorecatu (UCP), produtora de açúcar e álcool.

Naoperação, parte da propriedade foi interditada e suaestrutura considerada ilegal, por apresentar risco aos trabalhadores.Atualmente, segundo o deputado Tadeu Veneri, cerca de 250trabalhadores do MST permanecem na região. “Percebemos queáreas da região que são consideradas produtivasterão que ser reavaliadas e podem até mesmo, se o Incraconstatar que são improdutivas, fazer parte do processo deReforma Agrária no estado”, afirmou.

AAgência Brasil entrou em contato com os responsáveispela fazenda, mas não obteve retorno.