Indústria de máquinas quer apoio do governo para manter empregos

01/05/2009 - 14h51

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Enquantotrabalhadores metalúrgicos procuram ter esperançaneste 1º de Maio de que a crise financeira mundial játenha mostrado a sua pior face no Brasil, industriais do setor demáquinas e equipamentos querem pedir apoio do governo para nãodemitir. De acordo com vice-presidente da AssociaçãoBrasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos(Abimaq), Fernando Bueno, se o plano elaborado pelos representantesdo setor não for colocado em prática, poderãoocorrer cerca de 50 mil demissões em todo país.Aspropostas devem ser apresentadas ao governo nos próximos 15dias e Bueno assegura que, se elas forem adotadas, será possívelmanter a massa salarial do setor. "Nossa proposta é clara. Dápara manter o somatório de empregos, com acomodaçõesdentro do setor”, destacou.Pelopacote de medidas, que inclui percentuais a serem atingidos, osempresários aceitam reduzir à metade a margem de lucro praticada até agora, segundo o vice-presidente. No entanto, é necessário que as despesasfinanceiras diminuam em 20% e que haja ainda uma redução no que se paga atualmente em impostos também em 20%. “Seisso ocorrer não haverá necessidade de se alterar amassa salarial e dá ainda para manter os investimentos paraque a gente saia dessa crise melhor do que a gente entrou. Dápara manter os postos de trabalho e a massa salarial. A idéiaé de que o número total de empregos seja mantido”,disse Bueno.Em2007 o setor de máquinas e equipamentos brasileiro faturou R$50 bilhões. Em 2008, experimentou um faturamento deR$ 70 bilhões e os resultados do primeiro trimestre deste anoindicam os patamares de 2007. De acordo com Bueno, os empregos nosetor estão ainda nos níveis de 2008, com quase 240 milpostos de trabalho. Em 2007, o setor que fornece bens de produçãopara outras indústrias empregava no Brasil 211 mil pessoas.Umargumento para convencer o governo a adotar as medidas será acomparação com os setores que demitiram em massa assim que os efeitos da crise se mostraram no Brasil: celulose e papel,siderurgia e empresas automobilísticas."Ossetores que mais demitiram foram os que menos precisavam demitir.Eles não tiveram queda de faturamento grande e o peso dopessoal sobre o faturamento era muito pequeno. No caso da indústriade máquinas e equipamentos esse peso chega a 20% dofaturamento. Eles demitiram como forma de pressão políticapara conseguir o que conseguiram. Nós ainda nãoconseguimos absolutamente nada”, criticou Bueno.Eleressaltou que o esforço a ser feito pelas empresas no sentidode manter o emprego deve ser um fator positivo no futuro. “Oengenheiro que vira suco não volta mais a ser engenheiro”,considerou. Ele disse que já conversou sobre o assunto com pessoas do governo.