Construção civil investe em qualificação para obras da Copa 2014

01/05/2009 - 11h16

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para o setor da construção civil, o 1º de Maio ocorre em umcenário de mão-de-obra escassa, diferente do de muitosoutros setores que não foram fomentados com reduçãode impostos, planos de construção de infra-estrutura emedidas que incentivaram a criação de um verdadeirocanteiro de obras no país. A Copa do Mundo de2014, que terá jogos disputados em 12 cidades brasileiras, abre aindaa perspectiva de criação de cerca de 30 mil postos detrabalho. Pessoas que vão atuar na ampliação dosaeroportos, shopping centers, hotéis e reformas de estádios.Nesse contexto, oobjetivo da categoria é principalmente aumento de salários,redução da jornada e qualificação. Deacordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da ConstruçãoCivil de São Paulo (Sintracon-SP), Antônio de SousaRamalho, muitas empresas iniciaram os projetos de qualificaçãode seus profissionais de olho na Copa.“As empresas sabemque o governo ou o Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial] não dará conta de formar todomundo e já estão bancando os cursos para seusprofissionais”, destacou Ramalho.No início dasemana, os trabalhadores da construção civil foram àsruas em São Paulo em manifestação para pedir aumento de 5,5% no salário e redução da jornada detrabalho de 44 para 40 horas semanais. Sabendo das boas perspectivaspara o setor, os trabalhadores também incluíram nalista de reivindicações a participação nolucro das construtoras. Ramalho informou que, em julho do ano passado, antes da crise financeira mundial repercutirno Brasil, já havia em São Paulo um déficit de230 mil profissionais. “As empresas eram obrigadas a importar mão-de-obra do exterior, principalmente para as áreas que exigemmaior qualificação técnica”, observou.A tendência éde que mais frentes de trabalho sejam abertas. “Esperamos que nesseano sejam abertas mais 100 mil novas e no próximo ano mais 100mil com as obras do PAC [Plano de Aceleração doCrescimento] e o projeto do governo de construir 1 milhão decasas”, destacou Ramalho.Os trabalhadores do setor também propõem uma mudança na ConstituiçãoFederal para determinar que 2% da arrecadação da União,1% da  dos estados e 1% da dos municípios sejam destinados a programas de construçãode casas. “Acreditamos que, com isso, em 18 anos, nosso paístenha resolvido o problema do déficit habitacional e, comisso, gerado empregos”, afirmou.De acordo com Ramalho,a festa do 1º de Maio para os trabalhadores da construçãocivil servirá para conseguir apoio à proposta. “Játemos assinaturas de 200 deputados e precisamos de mais para que aproposta seja apresentada no Congresso.”