Lula reafirma que mudança na caderneta não prejudicará pequeno poupador

30/04/2009 - 17h06

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente LuizInácio Lula da Silva reafirmou hoje (30) que não tomaránenhuma medida em relação à caderneta depoupança que prejudique os pequenos poupadores. Ele disse também quesó vai anunciar mudanças no momento adequado. Questionado sobrepossíveis alterações na poupança, apósa queda da taxa Selic de 11,25% para para 10,25% ao ano, o presidenteclassificou de “insana e mentirosa” a atitude de um partidopolítico de informar que o governo mexeria nesse tipo deinvestimento. Em propaganda veiculada neste mês na televisão, oPPS disse que “Lula vai mexer na poupança, como Collortambém mexeu”. “Eu diria atéque é irresponsabilidade total dizer que o governo brasileirovai mexer na poupança. Essas pessoas não compreendemque o povo brasileiro me conhece e sabe do meu comportamento e deminha atitude. Sabe que jamais tomaria qualquer medida paraprejudicar as pessoas que investem na poupança”, afirmou opresidente, em entrevista após evento em comemoraçãoao Dia do Trabalho, na empresa Thyssen Krupp, em Santa Cruz, na zonaoeste do Rio.Lula ressaltou que apoupança não é um investimento, mas uma forma depara garantir que o dinheiro não se desvalorize. Além disso, destacou o presidente, medidas na área econômicanão podem ser antecipadas. “Esse é um assunto que aequipe econômica vai discutir no momento que tiver de discutir.Não se discutem essas coisas, porque, sobreeconomia, a gente não se fala [antes] porque pode atrapalhar mesmouma coisa boa.”Segundo especialistas,a queda da taxa Selic torna a caderneta de poupança maisatraente para os investidores porque se torna mais rentávelque os fundos de renda fixa. O presidente também afirmou que o Banco Central tem atuado com responsabilidade em relação à política de juros. Para Lula, o importante é evitar a volta da inflação: "No momento que tiver que cair [a taxa de juros], vai cair. Se tiver de subir, vai subir. O que precisamos é impedir a volta da inflação, porque ela, sim, causa prejuízo a quem vive de salário."Ao voltar a defender investimentos no setor produtivo, em vez de aplicações de caráter especulativo, Lula disse: "Deus queira que o único problema do Brasil seja que o juro caia para todo mundo. O dia que o spread [diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e o custo cobrado nos empréstimos ao consumidor] bancário e o juro forem compatíveis com os dos países mais desenvolvidos, uma pessoa que tem dinheiro, em vez de investir em títulos bancários, vai investir na Bolsa de Valores ou na produção, uma coisa muito melhor para o país."