Governador de Roraima não vai pedir mais tempo para não-índio sair da Raposa

30/04/2009 - 16h30

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, disse hoje (30) quenão pretende procurar o ministro Ayres Brito, relator do processo sobrea demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol no Supremo Tribunal Federal (STF),para pedir mais tempo para que a população não-indígena deixe a área.“Não pretendo, não vou discutir. Esse assunto já foi discutidoexaustivamente”, afirmou Anchieta Júnior. Segundo ele, oimportante agora é pensar no que a decisão vai gerar para "aquelespovos". “Aquilo vai se transformar num verdadeiro zoológico humano. Sema menor condição de sobrevivência, sem contato com o branco, o quevamos ver lá serão animas humanos”, afirmou o governador. Aindade acordo com ele, não há resistência por parte das pessoas que nãosaíram da reserva ainda – o prazo se esgota hoje – e sim falta decondições logísticas para isso. “São pessoas que estão lá há quatrogerações e não têm para onde ir, nem como se locomover”, argumentou ogovernador. Segundo Anchieta Júnior, cerca de um milhão de sacas de arroz vão se perder sem serem colhidas em função da retirada dos arrozeiros da área. Quantoà disputas recentes entre índios de diferentes etnias dentro da reserva, inclusive pelo Lago Caracaranã, o governador disse que irátentar evitar as polêmicas na região caso seja chamado a isso, mas lembrou que aresolução dos conflitos cabe ao governo federal.