Começa campanha em aeroportos para prevenção contra gripe AH1N1

30/04/2009 - 21h48

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começarão nesta sexta-feira uma campanha conjunta em portos e aeroportos para incentivar as pessoas a lavarem as mãos com freqüência. A parceria pretende minimizar as chances de contaminação pelo vírus causador da gripe suína, rebatizada de gripe AH1N1 pela OMS.“É uma coisa tão simples, mas que já tem provas de ser eficiente”, afirmou o gerente da Unidade de Prevenção e Controle de Doenças da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Rubén Figueroa, ao anunciar a parceria com o governo brasileiro.Segundo estatísticas atualizadas da OMS, 23 países já foram afetados pelo vírus AH1N1, com 257 casos confirmados e 1.547 casos prováveis. Hoje, Suíça e Holanda entraram na lista de países com casos confirmados. Os 42 casos em monitoramento e os quatro casos suspeitos registrados até agora no Brasil não integram as estatísticas da OMS pois, segundo Figueroa, utiliza classificação própria (como a maior parte dos países).Figueroa explicou que, para a organização, são casos prováveis aqueles que apresentam sintomas clínicos: febre igual ou maior do que 39, dor de garganta, tosse e dores musculares e nas articulações. Também é preciso ter estado em contato com área ou pessoa afetada pelo vírus e prova laboratorial de que a pessoa está com o vírus A, já que o diagnóstico, por enquanto, se dá por exclusão - dentro de 10 dias devem ficar prontos os testes para diagnóstico exato, que começaram a ser produzidos hoje a partir da divulgação do sequencimento genético do vírus AH1N1.Para o governo brasileiro, são casos suspeitos aqueles com febre acima de 38 graus, tosse e algum outro sintoma como dores musculares, nas articulações e dificuldade respiratória, explicou Eduardo Hage, diretor de vigilância epidemológica do Ministério da Saúde. Casos em monitoramento são aqueles que apresentam alguns dos sintomas e vieram de países com áreas afetadas, mas não necessariamente de estados com ocorrência de casos.O aumento de casos suspeitos e em monitoramento no país não preocupa o governo brasileiro. “O aumento do número de casos, em especial aqueles em monitoramento, significa que o sistema de vigilância epidemológica e a rede de atenção de referência está alerta e detectando precocemente, o que representa uma barreira para eventual expansão da doença”, disse Hage. Segundo ele, é normal que cresça o número de casos em monitoramento na medida em que cada vez mais países estão afetados pelo vírus.Hoje, o Comitê Permanente de Emergências de Saúde Pública ficou reunido o dia todo, justamente fazendo uma reavaliação dos casos em monitoramento e definindo critérios para tal classificação. Ficou acertado que as pessoas em monitoramento receberão acompanhamento clínico em suas residências por 10 dias. Já os casos suspeitos serão tratados com o medicamento próprio para combater o AH1N1 e submetidos a exames, como o de biologia molecular, para que seja possível descartar a presença do vírus antes mesmo da chegada dos novos testes. “Nossa expéctativa é que todos os casos suspeitos sejam descartados ou pela clínica ou por outros exames”, disse Hage.