Médico sugere prevenção para reduzir possível impacto da gripe suína no Brasil

29/04/2009 - 16h58

Da Agência Brasil

Brasília - Adotar medidas de prevenção contra a contaminação pela gripe suína é oque a população deve fazer no momento para evitar a disseminação dovírus Influenza, já que o Brasil não contém medicamento suficiente paracombater a doença caso ela chegue ao país. É o que recomenda oinfectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmilson Migowiski.Ementrevista concedida hoje (29), ao programa Revista Brasil da RádioNacional, o especialista explicou que uma epidemia no país geralmente atinge de 10% a 30% da populaçãobrasileira, que conta com 200 milhões de pessoas. Segundo ele, o Brasil tem 9milhões de medicamentos para o tratamento do vírus Influenza. “Digamos queeu tenha 20% da população [infectada], seriam 40 milhões [de pessoas]. Então, eu sótenho 25% do tratamento. A gente não tem condições de enfrentar umaepidemia de gripe. A gente não teve condições de controlar a de dengue,que é uma doença que não é transmissível entre pessoas, que dirá agripe”, analisou. O entrevistado disse que já foi observado nagripe suína um grau de letalidade maior que o da gripe comum e atémesmo que o da Espanhola, doença ocorrida no início do século passado.No entanto, a doença não é tão letal em relação à gripe aviária, mas com maiorpoder de disseminação, fato que também a torna perigosa. Porém, omédico esclareceu que há formas eficientes de prevenção contra o vírusque já atingiu pessoas em nove países até o momento. Alémde atitudes simples como evitar aperto de mãos e lavá-lasconstantemente com água e sabão, Migowiski sugeriu a utilização demáscaras, se possível a do tipo N95.  “A máscara com aespecificação que a gente chama de N95 é apropriada para evitar acontaminação com esse vírus”, disse o especialista.Ele também indicou a vacinação contra agripe comum. “Vai coincidir a circulação do vírus sazonal comum com apossível chegada do vírus do porco aqui. Não tem nada provado que essavacina [contra a gripe comum] possa proteger contra a gripe suína, masé uma confusão a menos”, acredita.O  infectologistadestacou a necessidade da vigilância pontual em portos e aeroportos. Para ele, éimprescindível que haja máscaras e medicamentos específicos para o vírusInfluenza em aviões e navios. “Não dá para você deixar uma pessoavir tossindo da Europa para cá num vôo de 10 horas, contaminando um montede gente. Uma vez certificado clinicamente que aquilo se trata desugestivo de gripe, a gente tem que iniciar o tratamento e não ficaresperando a pessoa chegar aqui [sem fazer nada]”, disse  Migowiski.O médico lembrou que qualquer tratamento dentro de ambiente como o avião deve ser iniciado com base em protocoloorientado por um médico.Dor de cabeça, febre alta,calafrios, dor no corpo, espirros e tosses são os sintomas da gripesuína. Os sinais são iguais aos da gripe comum. No entanto, segundo oespecialista, dificuldades respiratórias, vômitos, náuseas, diarréias eaté conjuntivite têm sido observados na contaminação pela gripe suína.A dica Migowiski é procurar atendimento médico na presença de tais sintomas. Segundo ele, apesar de não haver vacina para combater o vírus, há medicação quediminui sua replicação. “Seja gripe suína ou comum, o tratamento é omesmo, a gente pode usar um medicamento que diminui a replicação dessevírus. Portanto, melhorando o estado clínico dessa pessoa que foi infectada eutilizado um medicamento que atua na replicação do vírus, isso fará comque essa pessoa contamine menos pessoas. Portanto, a consulta médica éfundamental, existe medicamento efetivo.”