Entidades defendem que corte dos juros poderia ter sido maior

29/04/2009 - 21h36

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Após o anúncio do corte de 1 p.p. da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a Força Sindical afirmou que os "membros do Banco Central insistem em contrariar os interesses nacionais". O presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva, disse que a queda anunciada hoje é muito tímida. "Um pouco mais de ousadia traria enormes benefícios para o setor produtivo, que gera emprego e renda e anseia há tempos pelo crescimento expressivo da economia." O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Armando Monteiro Neto, também pontuou que a decisão do Copom está aquém das expectativas. "O atual ciclo recessivo da economia exige um corte mais substancial da Selic, mesmo porque a taxa de inflação no acumulado em 12 meses se encontra em trajetória cadente”, disse. Segundo a CNI, a decisão de hoje atrasa o processo de recuperação da atividade econômica já que os indicadores mostram que a crise financeira internacional ainda está longe de uma solução.O economista Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultoria, disse à Agência Brasil que o Banco Central faz uma leitura incorreta dos indicadores econômicos. "Eles estão mais preocupados com os juros do que com a recessão que poderá vir. Com este percentual, o Brasil poderá entrar numa recessão sem necessidade", pontuou.