OMS diz que fechar fronteiras é ineficaz

28/04/2009 - 21h23

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Impedir a circulaçãode pessoas entre países, seja por via terrestre ou aérea, é ineficaz para conter a propagação da gripe suína.A afirmação é de Rubén Figueroa, gerenteda Unidade Técnica de Vigilância, Prevençãoe Controle de Doenças Transmissíveis da OrganizaçãoPan Americana da Saúde (Opas). Ele ressaltou que, alémda medida não ser eficiente, gera grande prejuízofinanceiro e político para os países. “Não temsentido, por exemplo, fechar vôos provenientes da Cidade do Méxicoe de Nova York se baseando que as pessoas são exatamentedesses lugares. Elas podem ter permanecido um ou dois dias em outrascidades. A OMS (Organização Mundial de Saúde) não recomenda essa medida”, disse Figueroa.A restriçãode viagem, de acordo com OMS, é para pessoas que jáestão em tratamento devido a outras doenças e, porisso, com uma imunidade menor para resistir aos sintomas da gripesuina.Para as áreasafetadas, a recomendação da OMS é diagnosticar oscasos o mais rápido possível e darinício ao tratamento, impedir que as pessoas afetadas saiamdas áreas com o objetivo de evitar a propagaçãoda doença e adotar medidas de “distanciamento social”, ouseja, evitar aglomerações. Essas medidas incluemcancelamento de aulas, eventos em locais fechados, evitar cinemas eestádios.Figueroa ressaltou ainda queo alerta para a epidemia continua no nível quatro, em umaescala que vai até seis. “Isso significa que a probabilidade de controle da doença nas áreas afetadasé quase nula”, explicou. Segundo ele, a transmissão está ocorrendo somente entre sereshumanos, apesar do nome da doença se referir aos suínos.Ele disse que o vírus da doençasé deuma cepa totalmente nova que surgiu da combinação devários genes, entre eles dois que eram presentes nos suínos.Por se tratar de um novo tipo, é impossível que o organismo humano tenha defesas.A OMS tambéminformou que o tratamento com a medicação Tamiflu éeficiente, mas não serve como prevenção. “Nãose trata de uma vacina. Essa medicação éeficiente para conter os efeitos da doença se tomada nasprimeiras 48 horas após o aparecimento dos sintomas. Depois,perde a eficácia”, disse Figueroa, que também alertoupara os riscos da auto-medicação. “Como todomedicamento, há efeitos colaterais.”