Ministro da Justiça pede perdão às famílias das vítimas da ditadura militar

28/04/2009 - 20h35

Da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Justiça,Tarso Genro, em nome do Estado brasileiro, pediu perdão àsfamílias dos desaparecidos e torturados pela ditadura militarque se instalou no Brasil por mais de 20 anos. De acordo com Genro,os erros cometidos pelo Estado, durante o regime de exceção,contra os que foram perseguidos precisam ser reparados.

“OEstado pede perdão para aqueles que foram torturados. Pedimosperdão às famílias que perderam algum parente.Este é o memorial das vozes que foram caladas. O Memorial deAnistia busca o direito à memória e à verdade,resgatando a importância da luta pela democracia. É atransição de uma política de reconciliaçãocom o nosso passado”, disse.Oministro da Justiça assinou na tarde de hoje (28) o termo quecria o Memorial de Anistia Política do Brasil. A sede domemorial será em Belo Horizonte, num prédio quepertenceu à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), queserá marcado como espaço de resistência ao regimemilitar. Quase 100 mil processos recebidos pela Comissão deAnistia do Ministério da Justiça irão compor oacervo do memorial. O ministério vai investir cerca de R$ 5milhões para a realização das obras. Segundoo presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, asobras terão duas fases. A primeira será concentrada namelhoria do prédio da antiga Faculdade de Filosofia e CiênciasHumanas (Fatich), com a conclusão prevista para dezembro desteano. Depois, será construído um prédio queabrigará o centro de documentação e pesquisa,devendo ser inaugurado em julho de 2010.

PauloAbrão disse ainda o objetivo do memorial não éde ser um museu contando a história do Brasil, e sim o delutar pela implementação de políticas dereparação às pessoas que sofreram algum tipo detortura durante o regime militar.

“Nossoobjetivo é promover uma reparação integrada aosperseguidos. É dever do estado reparar o erro cometido nopassado, pois é uma questão ética e moral. Umavez que a anistia não pode ser esquecida pela sociedade”,disse.