Maconha é porta de entrada para uso de cocaína e crack, aponta pesquisa

28/04/2009 - 19h51

Da Agência Brasil

Brasília - Um levantamento feito peloServiço Nacional de Orientações e Informações sobre Prevençãoao Uso Indevido de Drogas (Vivavoz) revelou que a maconha é a portade entrada para o uso de drogas mais pesadas. De acordo com acoordenadora do Vivavoz, Helena Barros, 50% das pessoas que sedeclararam usuárias de maconha também costumavam consumir cocaínae crack.A pesquisa, realizadaentre janeiro de 2006 e setembro de 2007, ouviu cerca de mil pessoasusuárias de maconha. Segundo ela, os usuários telefonaram para oserviço porque estavam preocupados com a forma como a maconha estavaprejudicando a vida deles.“Algumas dessaspessoas começaram a notar que já tinham comprometimento oudificuldade para executar algumas tarefas, algum problema de memóriae às vezes algum problema relacionado à sexualidade”, disse.De acordo com Helena,os usuários conheciam alguns efeitos da maconha, que é uma drogapsicotrópica leve, mas não acreditavam que teriam problemas com oconsumo. Além disso, o aumento do uso e a inserção dos usuáriosem um meio ilícito permitiram que eles tivessem contato com drogasmais fortes.A coordenadora tambémdisse que o álcool e o tabaco levam ao consumo de drogas ilícitas.“Basicamente o álcool, porque na população brasileira aindaexiste muita permissividade”, afirmou.Helena acredita que osresultados da pesquisa demonstram que a discussão sobre a liberaçãoe transformação da maconha numa droga lícita não é adequada.“Se levarmos em contaque 10% da população é dependente de álcool, 10% é dependente detabaco, só 0,5% é dependente de maconha. Se nós liberássemos ouso da maconha, certamente nós teríamos 10% da população dapopulação ou próximo a isso, sendo dependente”, afirmou.O Vivavoz é um serviçotelefônico gratuito especializado em prestar informações sobredrogas, além de oferecer apoio a usuários e familiares. O programaé uma parceria entre a Universidade Federal de Ciências daSaúde de Porto Alegre e a Secretaria Nacional de Políticas sobreDrogas (Senad).O serviço recebe cerca de 3 mil ligações mensais pelo telefone 0800-510-0015.Segundo Helena, metade das ligações é de parentes e amigos deusuários. O atendimento é realizado das 8h às 24h, de segunda asexta.