Joaquim Barbosa recebe apoio de procuradores de Goiás

28/04/2009 - 12h21

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro JoaquimBarbosa, do Supremo Tribunal Federal, recebeu hoje (28) asolidariedade dos procuradores da República do estado deGoiás. O procurador Hélio Telho Correa fez umpronunciamento de apoio em referência à discussãoentre o ministro e o presidente do STF, Gilmar Mendes, na sessãoda última quarta-feira (22). O procurador daRepública goiano disse do "apreço" de seuscolegas estaduais pelo ministro, por ter "dito aquilo queprecisava ser dito". O procurador fez as declaraçõesdurante a rodada de palestras, no auditório da JustiçaFederal, sobre improbidade administrativa e candidaturas eleitorais.Durante a sessão do dia 22,sobre um recurso que tratava a criação dosistema de seguridade no Paraná, uma divergência entreos dois ministros acabou em discussão. Joaquim Barbosa acusouGilmar Mendes de “destruir a credibilidade do Judiciáriobrasileiro” e de manter capangas em Mato Grosso. “Vossa Excelência não tem condições de dar lição a ninguém”, afirmou Mendes.Por causa do episódio,os ministros do STF divulgaram uma nota em que lamentaram a discussãoe reafirmaram a confiança no ministro Gilmar Mendes.Ao falar no encontro daJustiça Federal, o ministro Joaquim Barbosa comentou que amorosidade e a imprecisão da legislaçãobrasileira permitem que pessoas se candidatem a cargos eletivos mesmotendo em curso processos na Justiça. A restriçãosó ocorre se o candidato tiver sido condenado por crimeeleitoral. "O jeitinhobrasileiro no Judiciário tem permitido que muitos secandidatem", e há casos, de acordo com Barbosa, que citouo estado do Paraná, em que "tribunais de contas revogamdispositivos que eles mesmos tinham aprovado, para viabilizarcandidaturas". As ações populares tambémnão impedem as candidaturas e "é muito difícilimpedir que maus candidatos concorram nas urnas se não houverlegislação específico sobre a questão".Pouco depois dasdeclarações, Joaquim Barbosa pediu para se ausentar.Ele não falou à imprensa e saiu escoltado porseguranças. Ele está licenciado do tribunal paratratamento de coluna e só deverá voltar ao plenáriodo STF nas sessões da próxima semana. Em entrevistasdadas à imprensa após a discussão, tanto Barbosaquanto Mendes declararam que o episódio está superado.