Construtoras criticam greve e trabalhadores ameaçam parar por tempo indeterminado

27/04/2009 - 16h09

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Sindicato da Indústria da ConstruçãoCivil do Estado de São Paulo (Sinduscon) criticou amanifestação realizada hoje (27) de manhã por  trabalhadores da categoria, que reivindicavam principalmente melhores salários. Segundo o Sinduscon, atos como esse “em nada ajudam asnegociações”. Em nota, o Sinduscon afirmou que o expediente foinormal nos canteiros de obras, apesar de o Sindicato dosTrabalhadores da Construção Civil do Estado de SãoPaulo (Sintracon) ter anunciado greve de advertência por 24horas. De acordo com a nota, o Sinduscon estranhou amanifestação, porque “está negociandonormalmente com todos os sindicatos e federações detrabalhadores da construção civil do estado e esperafirmar convenções coletivas em breve”.O presidente do Sintracon, Antonio deSouza Ramalho, disse que não houve ruptura das negociações,mas justificou a manifestação dos trabalhadores afirmando que, até a manhã dehoje, não havia sinalização de avanço.“Foi uma greve de advertência e, se até 9 demaio, não tivermos o atendimento às nossasreivindicações ou uma proposta que agrade àmaioria, vamos parar por tempo indeterminado”, informou. As principais reivindicaçõesda categoria, que tem data-base em 1º de maio, são:aumento real de 5,5%, reposição das perdas salariaiscom base na inflação dos últimos 12 meses, valerefeição no valor de R$ 20, o que significa quase odobro do atual (R$ 10,50), e ampliação do peso da cestabásica de 30 para 40 quilos. De acordo com Ramalho, cerca de 850mil pessoas trabalham no setor em todo o estado. Ele defendemelhorias também na área social, com assistênciamédica por meio de planos conveniados pelas empresas. Segundoo sindicalista, a maioria dos trabalhadores não tem planomédico, apesar de estar sujeita a problemas como, por exemplo, a exposição excessiva ao sol. Para ele, as empresas têm condiçõesde melhorar a remuneração dos trabalhadores, jáque o segmento da construção “até temenfrentado problemas de falta de mão-de-obra qualificada mesmodiante da crise [de crédito]”. Ramalho estima que de 200 mil a 300 mil vagassejam abertas quando começarem a ser executadas obras ligadasao programa do governo federal MinhaCasa, Minha Vida , voltado para as classes de rendamais baixa. Ele ressaltou que ainda existem empreendimentos previstosno país que poderão gerar emprego, como osinvestimentos de infra-estrutura estimados na preparaçãodo país para a Copa de 2014.