Caixa financiará pacotes turísticos nacionais de até R$ 10 mil

27/04/2009 - 16h37

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A Caixa EconômicaFederal terá em suas agências uma linha de financiamentoespecífica para o turismo. O anúncio foi feito hoje(27), na capital paulista, pelo ministro do Turismo, Luiz Barreto, epela presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, que assinaramprotocolo de intenções com a AssociaçãoBrasileira de Agências de Viagem (Abav) para o iníciodas operações. Também fazem parte doacordo a companhia aérea TAM e a operadora de viagens CVC. Coma nova linha, espera-se ampliar a concessão de créditono setor. O objetivo é oferecer financiamentos de pacotesturísticos diretamente para o turista. De acordo comBarreto, o valor máximo do crédito a ser tomado éde R$ 10 mil, com prazo de 24 meses para o pagamento via boletobancário ou débito em conta corrente. Não seránecessário ser correntista da Caixa para obter o financiamentoe as taxas de juros serão definidas em conjunto com cadaparceiro, com base nos aspectos regionais e na política decada conveniado. O crédito serádistribuído para todo o país. O turista poderáprocurar as agências ou as operadoras de turismo. “Nósqueremos manter o crescimento que tivemos do turismo no verãoe crédito é fundamental. Crédito de atéR$ 10 mil por pessoa física, desburocratizado, com os jurosmais baixos do mercado, é uma injeção de ânimoem toda a indústria do turismo. Isso deve gerar um crescimentode 5% no setor, o que é muito importante nessa fase na qual omundo todo vive”, disse o ministro referindo-se à crisefinanceira.Segundo Barreto, a linha de crédito doturismo é feita para a população de baixa renda,que não está acostumada a fazer viagens devido aocusto. “É para incrementar aqueles 20 milhões debrasileiros que entraram no mercado de consumo nos último anose que estão consumindo fogões, geladeiras e automóveis,para que consumam também viagens”. O incentivo jádeve estar disponível para os próximos feriadosprolongados. A previsão é a de que as agências deviagens estejam prontas para atender o consumidor dentro de umasemana a dez dias, por conta das adaptações e dotreinamento necessário ao programa. O vice-presidenteda Caixa Econômica Federal, Fábio Lenza, disse que asprestações terão valor mínimo de R$ 50 e,para que o programa entre em vigor de fato, é preciso que asagências e as operadoras de turismo entrem em contato com aCaixa para firmar as parcerias. “A partir daí, acontece umtreinamento, que é muito rápido e muito simples, paraque a agência possa operar o crédito. Na medida que ocrediário estiver disponível, as agênciasdivulgam para a sua clientela”, explicou Lenza. Porenquanto, a linha de crédito só financiarápacotes nacionais. Com isso, pretende-se incentivar o turismo dentrodo Brasil. Segundo Lenza, o limite de R$ 10 mil para uma famíliaviajar é compatível com as características de umpacote regional. “Tendo demanda, essa linha pode ser estendidatambém a pacotes internacionais. No momento, nesta parceria, alinha lançada foi para incentivar o turismo nacional”.Paraobter o financiamento, basta ir até uma agência comcarteira de identidade, CPF, comprovante de residência e derenda (contra-cheque, imposto de renda, contas de serviçoscomo água e luz). O cadastro é feito na hora. Aliberação do crédito também éimediata. “A qualquer momento, ele [o sistema] já dáo limite de crédito, emite uma cédula de crédito,o cliente assina e já sai com o pacote de viagem em mãos.Assim que a agência nos entrega essa cédula, nóscreditamos na mesma hora o valor para a agência de turismo”,explicou Lenza. O presidente da AssociaçãoBrasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), José EduardoBarbosa, disse que, com o financiamento, espera-se que o turismodoméstico cresça em torno de 20%. Segundo ele, asoperadoras de turismo que compõem a Braztoa, e que detém80% do movimento das viagens realizadas no país, têm umvalor estimado em R$ 7 bilhões para movimentar em 2009.“Vivemos um ano especial. A composição desse valor sedá com viagens internacionais, domésticas, cruzeirosmarítimos. A expectativa de crescimento no ano, no geral, éde 5%, porque o doméstico está reagindo muito bem. Atemporada de verão foi muito boa e também fundamentamosnossa expectativa nos cruzeiros marítimos do final doano”.Barbosa disse ainda que o mais importante da novalinha de financiamento são as prestações maisbaratas e em maior número. Ele acredita que, com isso, o setorpassará a atender um novo espectro de clientes.