Brasileiros chegam do México e têm bagagem higienizada

27/04/2009 - 20h41

Ivy Farias e Marcus Vinicius Fraga
Repórteres da EBC
São Paulo - Os brasileiros procedentes da cidade do México desembarcaram hoje (27) no Aeroporto Internacional de Cumbica, em São Paulo, usando máscaras cirúrgicas e  de posse de folhetos com orientações sobre os sintomas da gripe suína, que até o momento matou, segundo dados oficias, 22 pessoas no México. O dentista Gilberto Pucca foi um dos passageiros que chegou em Guarulhos e teve a sua bagagem higienizada por agentes sanitários. "Passaram um produto na minha bagagem assim que cheguei ao Brasil". Pucca disse ainda que recebeu uma máscara assim que saiu do hotel, na cidade do México. Mais um brasileiro que estava no mesmo vôo, Ricardo José de Carvalho Bechara, gerente de uma agência de turismo, disse que recebeu um folheto com orientações ainda no México e, lá mesmo, ficou sabendo da epidemia pelo noticiário de TV. "A cidade parecia fantasma, as escolas e restaurantes foram fechados, não tinha ninguém na rua", afirmou. Para o médico infectologista do ambulatório de medicina do viajante da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Gustavo Henrique Johanson, os brasileiros que regressarem do México ou  de outras regiões que tiveram casos confirmados (Canadá, Estados Unidos, Escócia e Espanha) devem evitar contatos mais íntimos com pessoas caso apresentem sintomas da gripe suína (febre acima de 38 graus, dor no corpo e de garganta e tosse seca). Segundo o especialista, a doença pode levar de sete a dez dias para se manifestar. "Quem já voltou de viagem há mais tempo, e não teve nenhum sintoma, não corre qualquer risco", informou.Johanson explicou à Agência Brasil que a gripe suína já existe há muito tempo, mas apenas agora (e sem motivo descoberto) começou a ser transmitida para seres humanos. "Mas não foi por ingestão da carne de porco. Comer carne suína não infecta as pessoas", alertou. Segundo ele, no Brasil não há nenhum caso confirmado de gripe suína, mas como é uma doença infecciosa, é preciso adotar medidas preventivas. "Não é uma situação para pânico, apenas para se manter em alerta", afirmou.O médico recomendou que viagens para as regiões com casos confirmados sejam evitadas; caso não seja possível, que a pessoa não vá a locais de grande fluxo de pessoas ou use máscaras cirúrgicas. De acordo com Johanson, as pessoas com uma série de condições crônicas respiratórias como a brônquite eaquelas com baixa resistência imunológica, como os portadores do vírusHIV, são as mais suscetíveis  à gripe suína. A gripe suína é como uma gripe normal, porém as duas proteínas (hemaglutina e neuraminidase) que estão na membrana do víru influenza mudaram tanto que o corpo humano não tem qualquer tipo de anticorpos para combatê-la. "É como se fosse uma doença completamente nova e por isso aqueles com pouca resistência sofrem mais com ela", disse Johanson.